O Ministério da Educação (ME) já está a enviar para as escolas o seu Plano de Ensino à Distância para ser aplicado ao longo do 3.º período, assumindo assim o que ainda não anunciou oficialmente, ou seja, que este ano lectivo não deverá haver mais aulas presenciais devido à pandemia de covid-19.
Com base em oito “princípios orientadores”, o plano agora divulgado não oferece ainda respostas à questão que tem suscitado mais alertas por parte de directores, pais e especialistas na área da educação: o de muitos alunos poderem ficar para trás pelo simples facto de nas suas casas não existirem computadores nem Internet, instrumentos que são fundamentais para o ensino a distância.
A este respeito, o ministério volta a insistir no que já tinha proposto esta semana noutro documento dirigido às escolas a propósito da intervenção junto de “crianças e jovens em situação de vulnerabilidade”. Mais concretamente, aconselha-se que os estabelecimentos escolares mobilizem “parceiros disponíveis para colaborar”.
E onde o ME também frisa que “independentemente da sua estrutura e modos de acção, o plano de Ensino à Distância deve ter como intenções chegar a todas as crianças e a todos os alunos”.
Num artigo com o título Será a Distância Igual para Todos?, publicado nesta quinta-feira no site da Iniciativa Educação, um projecto da família Soares do Santos, os economistas Hugo Reis e Pedro Freitas alertam que, só no ensino básico, poderão existir cerca de 50 mil alunos sem acesso à Internet.
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Fonte: Público