Início Educação O recurso às explicações ameaça tornar-se universal. Mas continua por regulamentar

O recurso às explicações ameaça tornar-se universal. Mas continua por regulamentar

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Nem é fácil nem é barato, mas dá muitos milhões, saídos directamente do bolso das famílias. Apesar disso, o mercado das explicações em Portugal, que segundo o estudo mais recente envolve aproximadamente 244 mil alunos, do básico ao 12.º ano de escolaridade, e factura muito acima dos 200 milhões de euros anuais, continua a funcionar como “uma espécie de submundo que não paga impostos e se caracteriza pela concorrência desleal, contribuindo para acentuar as desigualdades sociais pré-existentes”, conforme descreveu ao PÚBLICO Alexandre Ventura, professor do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro (UA).

À falta de estudos independentes capazes de caracterizar este mercado com precisão (o último é de 2006, feito pela UA e estimava que perto de 60% dos estudantes do 12.º ano recorriam a explicações para melhorar o seu desempenho escolar) —, fiquemo-nos pelos indicadores do estudo feito em 2019 pela marca Ginásios da Educação Da Vinci, um franchising que opera em Portugal desde 2008, com 42 unidades que dão actualmente explicações a mais de 5400 alunos por todo o país: “Dos 244 mil alunos portugueses que recorrem a explicações, 70% estão em explicadores particulares, isto é, com professores que dão explicações na sua cozinha ou sala, no seu próprio domicílio, com um volume de facturação na ordem dos 200 milhões de euros anuais. E existem no mercado aproximadamente doze mil explicadores e mil centros de estudo e apoio escolar”, indica Sandra Romão, directora-geral daquela rede.

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