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A relevância da ação dos pais na educação dos seus filhos – Opinião de ARTUR GONÇALVES FERNANDES

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Ainda há poucos dias refletimos sobre esta temática, mas, devido à sua relevância e atualidade permanente, voltamos a ela, numa perspetiva de consolidação de conceitos fundamentais. De facto, sendo a educação um fenómeno exclusivamente humano, a sua importância torna-se incontornável.

Ainda se vê muita confusão entre conceções educativas e que urge ajudar a clarificar.

Anda agora na boca de toda a gente a lei sobre a possibilidade de os animais domésticos acompanharem os donos às salas dos restaurantes para as respetivas refeições. A sociedade está a revelar uma certa tendência para humanizar os animais e ferir de morte a dignidade do homem.

Assiste-se, inclusive, à discussão sobre as consequências da aplicação da lei que foi aprovada na Assembleia da República. Muito se fala em saber educar os animais para que tenham um comportamento adequado. No entanto, era bom que não se adulterasse aquilo que não é passível de adulteração. Os animais domesticam-se, não se educam. Só o homem se educa.

À educação compete promover a personalidade humana sob os vários pontos de vista, nomeadamente, pessoal e relacional. A educação tem por grande objetivo ajudar a construir a formação do homem, sobretudo durante os primeiros períodos do seu desenvolvimento pessoal.

Educar uma criança é desenvolver na sua mente o conhecimento das finalidades da vida humana, penetrar no seu coração e despertar nele o imperativo moral que já possui como capacidade natural e que é: “eis o que se deve fazer, eis o que se deve evitar”.

O educador deve ajudar a desenvolver no educando esta verdade elementar: “deve praticar-se o bem e evitar-se o mal”. Tal princípio universal está na base de todos os outros preceitos éticos e morais que devem orientar a conduta humana. Sem ele, não há relação humana que perdure. Esta obrigatoriedade pertence, em primeiro lugar, à família que constitui o alicerce da sociedade e é a primeira instituição educativa.

A família não pode alienar ou transferir esta sua prerrogativa para qualquer outra entidade. Os pais não podem pedir à escola que transmita as normas educativas que só eles podem e devem dar. A função educativa da escola é complementar e não pode substituir a que pertence à família.

Todo aquele tipo de sociedade que, com os seus sistemas educativos desajustados, subtrai as crianças às famílias, para as educar à sua maneira e as usar para fins desumanos, fá-lo não só abusivamente, mas também de um modo antinatural. Os pais são os primeiros e únicos responsáveis pela entrada da criança no mundo e, por inerência, pela sua educação de base. É um direito (e um dever) que lhes assiste imposto pela própria natureza humana.

Os afetos, a doação total e uma autoridade equilibrada fazem parte da química do amor paterno e jamais o Estado poderá expropriá-los. Se os pais, para além do tempo que gastam na luta pela vida, consumirem, em futilidades, a maior parte do que lhes resta, então não encontrarão tempo livre suficiente para falarem e conviverem com os filhos.

Durante a infância, a criança tende a afirmar-se sobre as pessoas e sobre o ambiente, para agir sozinha, inventar e experimentar coisas novas. Estas situações, porém, exigem uma permanente atenção e um zeloso acompanhamento por parte dos pais, para que o crescimento harmonioso dos filhos não seja afetado negativamente.

A vida da criança, nos primeiros períodos da sua existência, é alimentada fundamentalmente pela atividade afetiva que só se consegue, plenamente, no seio familiar.

Fonte: https://www.diariodominho.pt/