Todos nós temos elogiado os teus pais, pela forma incansável como se desdobraram em actividades durante o confinamento a que fomos obrigados. E os teus professores porque, recorrendo a tudo o que tinham à mão, continuaram a chegar até ti, não desistindo do seu compromisso para contigo. Mas talvez nos tenhamos “esquecido” um bocadinho de ti, dos teus amigos e colegas. E vocês são incríveis!
Incríveis na forma como ajudaram a vossa família. E no modo como ficaram aquém de todos os “alarmes” que nós “acendemos”, supondo que vocês, fechados, ficariam “eléctricos”. E “impossíveis”!
Incríveis, porque reagiram duma forma estrondosamente madura quando, subitamente, ficaram sem professores.
Incríveis na forma como aceitaram os formatos + distintos de ajuda que eles colocaram à vossa disposição.
Incríveis quando aceitaram a “telescola” e aulas à distância, a concorrerem umas com as outras. Com as duas a pedirem-vos trabalho. E teletrabalho.
Incríveis porque, mesmo não tendo os vossos pais querido para vós o ensino à distância, o assumiram como vosso. E não abandonaram a escola. E vão às aulas.
Incríveis porque teriam todos os motivos para protestar, em nome da desigualdade de oportunidades que se aprofundaram. E contra os formatos de ensino e avaliação que vêm a ser experimentados convosco. E, ao contrário, vocês tentaram corresponder-lhes.
Incríveis porque aceitaram as condições que as escolas conseguiram para o vosso regresso. Mesmo que tenham dificuldades tremendas para vos dar todos os professores e as condições indispensáveis a que têm direito. E que vos queiram sem recreios!
Incríveis porque vocês sabem que “Explicar a um filho que tem de usar máscara e lavar as mãos é simples. Mas dizer-lhe que não pode ser criança é que nos está a assustar”. E vocês, todavia, compreendem-nos e não desistem!
E incríveis porque a vossa atitude nos recorda que quem nunca abandonou a escola não pode, nunca, ser abandonado por ela!
Vocês são incríveis! E é um orgulho que sejam assim.