Como é feito o diagnóstico rápido?
Em termos simples, a análise assemelha-se a um teste de gravidez. No caso dos kits a utilizar por agora em Portugal, como os 500 mil oferecidos pela Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), é procurado o antigénio específico do novo coronavírus, uma proteína que existe na superfície do vírus, a partir de uma amostra nasofaríngea recolhida por zaragatoa. O procedimento requer treino para chegar ao ponto certo. O cotonete é posto dentro de um pequeno tubo com um reagente próprio e depois são colocadas algumas gotas na tira de testes. Entre 15 e 30 minutos surge a indicação positiva ou negativa para o dito antigénio, que está sempre onde o vírus também está.
Qual é a fiabilidade?
A eficácia dos diagnósticos rápidos depende do modelo, e existem dezenas. As duas grandes farmacêuticas que já registaram os testes no Infarmed, ou estão a ultimar o processo, apresentam ensaios com resultados elevados e muito próximos. Num caso, a sensibilidade — deteção de um antigénio de uma pessoa infetada — é de 96,52% e a especificidade — deteção do antigénio específico do SARS-CoV-2 — de 99,68%. Noutro, de 93,3% e 99,4%, respetivamente, em pessoas com suspeitas de exposição ao vírus ou sintomas nos últimos sete dias. Uma sensibilidade elevada representa poucos falsos negativos e uma boa especificidade poucos falsos positivos.
Onde são feitos e quanto custam?
As unidades de saúde são os destinatários óbvios, para permitir identificar rapidamente se um doente está ou não infetado, mas a sua aplicação serve para qualquer contexto: escolas, lares, atividades desportivas, empresas, viagens aéreas, fronteiras… O objetivo é sempre o mesmo: dizer quase de imediato quem tem ou não covid. Os valores de comercialização de base, sem descontos de quantidade, por exemplo, variam entre 5 e 10 euros. A este valor acresce a intervenção do profissional de saúde, preferencial, que faz a zaragatoa.
Quando vão ser aplicados nas escolas e nos lares?
A decisão de utilizar os testes rápidos em meio escolar e entre quem está institucionalizado está tomada e a ser ultimada pelo Governo, depois de há duas semanas ter recebido uma proposta da CVP para aceitar meio milhão de kits. No plano para o outono e inverno apresentado na segunda-feira, o recurso à análise rápida já vem referido e também esta semana os peritos da Direção-Geral da Saúde e do Infarmed se reuniram com a CVP.
Onde já estão a ser utilizados?
Na Europa, as experiências mais avançadas localizam-se em Espanha, Bélgica e Itália, nos aeroportos, para quem chega de locais com elevada transmissão.