Quinta-feira, Março 28, 2024
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“Só um diretor muito desatento” diria que as escolas estão a fazer mais com o mesmo

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O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sublinhou esta terça-feira na Básica e Secundária do Cerco que, este ano letivo, as escolas estão mais bem preparadas para lidar com as dificuldades geradas pela pandemia, destacando que só “um diretor muito desatento” é que poderia dizer que o Governo está a pedir que os docentes e não docentes façam mais com o mesmo.

Questionado sobre a falta de recursos denunciada por alguns diretores de agrupamentos escolares, o ministro refere que “existe, este ano, um reforço de mais 3.500 professores que podem trabalhar nas tutorias, nos projetos pedagógicos das escolas. Temos mais técnicos especializados, através dos planos de intervenção em cada uma das escolas – de desenvolvimento social e comunitário. Só um diretor muito desatento é que poderia eventualmente dizer isso”.

“Obviamente que os diretores, assim como as organizações que representam os trabalhadores, querem sempre mais. Mas é nesse equilíbrio que nós conseguimos construir estes planos”, assinala Brandão Rodrigues.

Ainda interrogado sobre a greve de professores e pessoal não docente, que coincide com o arranque do ano letivo no ensino obrigatório, e que visa denunciar a precariedade do setor, o governante decidiu não se alongar nos comentários: “o ministério da Educação não tem nada a comentar, felizmente vivemos num país livre”, disse.

O ministro salientou o trabalho de agrupamentos como o de Escolas do Cerco que disponibiliza o ensino profissional como uma das vertentes educativas. Nas visitas que fez às salas, Brandão Rodrigues apelou aos alunos que não parem o ensino no final do curso e que, depois, optem por seguir para as Universidades.

“A União Europeia é inequívoca relativamente à aposta no Ensino Profissional, só com um ensino profissional de qualidade e com a dupla certificação – académica e profissional – é que nós podemos verdadeiramente dar o salto. Por um lado, ter certificações e, por outro lado, para dar uma resposta mais variada aos nossos alunos”, assegura Tiago Brandão Rodrigues que considera que estes cursos têm sido essenciais para combater o abandono escolar. “Sabemos que muitos destes alunos podiam ser candidatos ao abandono escolar e ao encontrarem o seu curso de referência, encontram uma forma também de se realizarem. A sociedade precisa deles”.

 

Ministro da Educação alerta para importância da testagem nas escolas

O ministro da Educação avisou, por outro lado, que a testagem ao novo coronavírus do pessoal docente, não docente e alunos é muito importante para maximizar o ensino presencial no novo ano letivo que arranca hoje.

“Temos 99% dos nossos professores com vacinação. Temos mais de 80% dos nossos jovens entre os 12 e os 17 anos com a vacinação já completa e muitos a terminarem já nos próximos dias. É muito importante que nós possamos adicionar à vacinação também estas testagens, por muito que seja redundante, (…), por muito que seja incómodo, afirmou Tiago Brandão Rodrigues.

“O certo é que estamos a fazê-lo, também para cumprir as regras e podermos maximizar aquilo que é o ensino presencial”, declarou

Questionado pelos jornalistas sobre o uso de máscara dos alunos nos recreios das escolas durante todo o ano letivo, o ministro da Educação disse que “neste momento é claro o que está em vigor”, referindo-se às recomendações da Direção-Geral da Saúde que indica para o uso de máscaras nos recreios das escolas.

“Neste momento é claro o que está em vigor. Sabemos que estamos sempre a trabalhar com as autoridades de saúde para ser aconselhados, para ser recomendados e para seguir também as instruções, as obrigações, as recomendações da Direção-Geral da Saúde e assim será durante este ano [letivo]”.

Tiago Brandão Rodrigues acrescentou, todavia, que o que deseja é que aos poucos se regresse à normalidade.

“Como sociedade, o que queremos é que paulatinamente possamos caminhar para uma normalidade, fora das escolas, nos espaços exteriores, dentro das escolas, tanto no interior, como no exterior, mas só a situação pandémica e as autoridades de saúde é que nos poderão aconselhar, recomendar e a obrigar àquilo que temos de seguir”.

Relativamente ao uso da máscara, o ministro recordou que no ano passado havia “um referencial que sofreu ligeiros ajustes e que foi apresentado às escolas e às comunidades educativas no dia 31 de agosto.

“As escolas puderam implementar. Houve algumas dúvidas relativamente às metodologias relativamente à utilização das máscaras em espaço interior e exterior das escolas. A Direção-Geral da Saúde pode clarificar relativamente a isso e são as regras que temos”.

Questionado sobre os principais desafios para as escolas neste ano letivo ainda com a pandemia de covid-19, o ministro assumiu que este ainda não era um ano letivo normal.

“Este ano não será necessariamente um ano normal. Primeiro, porque é um ano que se segue a muitos constrangimentos, mas por outro lado, porque sabemos que é preciso recuperar muitas das aprendizagens perdidas e ainda estamos numa situação pandémica com um conjunto de constrangimentos”.

Tiago Brandão Rodrigues referiu, no entanto, que as escolas têm sido “muito cumpridoras” e que “têm sabido entender cada momento de forma importante”.

“O que temos de continuar a fazer é trabalhar e a dar condições às escolas para elas responderem àquilo que são as necessidades de cada uma das crianças, não deixando ninguém para trás e acima de tudo fazendo recuperar as aprendizagens e tentar atingir paulatinamente aquilo que é a normalidade”, concluiu.

Brandão Rodrigues assinalou o início do novo ano letivo 2021/2022, com a presença na Escola Secundária do Cerco (Porto), pertencente a um agrupamento com cerca de dois mil alunos, que oferece além do ensino normal, o ensino profissional e ensino articulado.

O ministro entrou em várias salas de aula do ensino profissional, nomeadamente em turmas dos cursos de Eletrónica, Automação e Computação, Informática e Turismo, onde incentivou os alunos a se empenharem nos projetos das PAP – Provas de Aptidão Pedagógica – para entrarem n mundo laboral, mas sempre alertando os estudantes que também poderiam cumprir uma licenciatura no ensino superior.

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Fonte: TVI24