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“Sem saúde, as escolas não vão ter alunos”

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O deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite defendeu que o problema com a Covid-19 tem de ser resolvido numa perspetiva global, caso contrário a economia será afetada, esta terça-feira, 22 de setembro no evento UNIT Global Summit, na Alemanha.

“Podemos ter chefes de Estado a dizer que não vão fechar as escolas, que vamos manter a economia a funcionar independentemente do que aconteça , mas o que esquecem é que as pessoas levam a própria saúde e vida muito a sério e se tivermos uma grande onda a caminho até podemos manter os cafés, os restaurantes e as escolas abertas. Acontece que os cafés não vão ter clientes, as escolas não vão ter alunos e as pessoas não vão entrar em aviões para viajar”, garantiu Ricardo Baptista Leite no evento global onde habitualmente se discute o impacto das doenças infeciosas.

Tendo em conta o problema, o deputado do PSD acredita que “se queremos que a nossa economia funcione o melhor a fazer é resolver os problemas de saúde global”. Um aspeto em que muitos países têm falhado, segundo Ricardo Baptista Leite sublinhando que “vemos os países a reagir mal, até os melhores porque todos nos comportamos como se estivéssemos numa ilha rodeada por mar e a verdade é que os únicos sítios onde a abordagem das ilhas funcionou foi nas próprias”.

“Não é preciso apenas reconhecer a existência de saúde global, temos de reconhecer a saúde como um pré-requisito para desenvolvimento sustentável e crescimento económico”, assegurou Ricardo Baptista Leite.

Durante a sua intervenção, Ricardo Baptista Leite enalteceu também o papel dos portugueses no combate à pandemia e garantiu que “as pessoas reagiram antes do Governo”. “Quando começamos a ver o que estava a acontecer, as pessoas decidiram que precisavam de ficar em casa porque claramente enfrentávamos um grande risco, uma grande ameaça”, realçou o deputado do PSD que também destacou o civismo dos portugueses.

Mais tarde, no Twitter, Ricardo Baptista Leite resumiu a sua intervenção no evento na Alemanha e enalteceu “a necessidade de uma nova ordem de saúde global, de uma NATO para a saúde, e de um novo modelo económico focado menos no PIB e mais no bem estar”.

Os comentários de Ricardo Baptista Leite vão contra os do primeiro-ministro de Portugal sobre a possibilidade de voltar a ‘fechar’ a economia portuguesa. A 7 de setembro, António Costa afirmava que “não podemos voltar a paralisar o país todo”, afastando a hipótese de um confinamento semelhante ao que ocorreu em março, devido ao “brutal custo” dessas medidas de “paralisação global da economia”, à margem da reunião com o Infarmed.

Uma posição que o primeiro-ministro pretende manter e voltou a reforçar 18 de setembro, em conferência de imprensa. “O custo social do confinamento foi enorme e não podemos passar por isso tudo outra vez. Compreendo que haja alguma fadiga ao fim de todos estes meses mas isto só terminará quando houver uma vacina ou um tratamento eficaz. Está nas mãos de cada um assegurar o que é necessário: controlar a pandemia para que as aulas e as empresas possam funcionar”, referiu o primeiro-ministro.

António Costa recordou ainda que “parar o país teve um custo enorme, foram destruídos milhares de postos de trabalho. Parar as aulas presenciais também foi prejudicial”.