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Recusa de Horários | “Não foi, nem será, este Governo a desvalorizar os professores” – SE Inês Ramires

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O número de professores que não aceitaram horários aumentou este ano quase 70% em relação ao ano anterior, revelou esta sexta-feira a secretária de Estado da Educação, justificando o valor com o contexto atual de pandemia.

A secretária de Estado respondia no parlamento às perguntas lançadas por deputados dos vários partidos sobre a falta de professores, durante o debate na especialidade da proposta de lei do OE2021, admitindo que o sistema de contratação de docentes é “muito complexo”.

Além dessa complexidade, Inês Ramires referiu ainda que este ano abriram mais cerca de 300 turmas, consequência da diminuição de alunos por turma, “o que naturalmente requer mais professores”, além dos cerca de 700 pedidos recebidos no âmbito do regime excecional de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos, no âmbito da pandemia de Covid-19, que implicam a substituição de professores.

Depois de duas reservas de recrutamento em que não aparecem professores a ocupar os lugares, “as escolas têm livre arbítrio para a contratação”, disse, acrescentando que os diretores podem ainda recorrer às horas dos docentes que já trabalham nas escolas.

Além disso, acrescentou que o Ministério tem mantido conversações com as instituições de ensino superior para que no futuro haja mais professores. A ideia do ministério é atrair mais jovens para a carreira docente e “criar condições para que todos aqueles que se afastaram da carreira docente regressem”.

“Temos de trabalhar todos os dias para criar condições para que os nossos docentes possam vir para Lisboa e ir para o Algarve”, disse, sublinhando que hoje há “mais docentes do que alguma vez tivemos nos últimos dez anos”.

A questão da atratividade da profissão foi levantada por deputados da direita à esquerda do hemiciclo: do lado do BE, Joana Mortágua pediu que o ministro apresentasse medidas concretas nesse sentido e Ana Rita Bessa, do CDS-PP, alertou para o problema do envelhecimento da classe docente.

Em reposta às críticas, Inês Ramires afirmou que “não foi, nem será, este Governo a desvalorizar os professores”.