O Ministério da Educação (ME) admite que os professores com mais de 60 anos possam, se assim quiserem, deixar de dar aulas e passar a desempenhar outras actividades nas escolas. Este é um cenário que a tutela coloca em cima da mesa na nota de apresentação do Orçamento do Estado (OE) 2020, que estará em discussão esta sexta-feira no Parlamento…
Rádio Renascença
A possibilidade – admitida pela primeira vez pelo Governo – consta da nota de apresentação do Orçamento do Estado (OE) 2020.
O executivo pretende “explorar cenários que permitam aos professores após os 60 anos desempenhar outras actividades, garantindo o pleno aproveitamento das suas capacidades profissionais”.
A tutela vai elaborar “um diagnóstico sobre o modelo de recrutamento e colocação de professores, bem como acerca das necessidades docentes de curto e médio prazo (5 a 10 anos), com vista à elaboração de um plano de recrutamento que tenha em conta as mudanças em curso na sociedade portuguesa e que promova o rejuvenescimento da carreira”.
A nota de apresentação do OE 2020 defende, ainda, uma “ponderação da criação de incentivos à aposta na carreira docente em áreas do país e grupos de recrutamento onde a oferta de profissionais possa revelar-se escassa”.
Questionado pelo “Público”, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, concorda com o regime especial, mas considera que não será fácil colocá-lo em prática.
De acordo com Mário Nogueira, há atualmente cerca de 20 mil professores nas escolas com mais de 60 anos.
Se optassem por deixar de dar aulas, entre “12 a 15% das turmas” ficariam sem professor, indica o secretário-geral da Fenprof.
Fonte: RR