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PARA OS HERDEIROS DOCENTES DE TROTSKY – Luís Braga

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Para quem acha que vai ser um trotskista saltitante que vai fazer o acordo dos concursos e do tempo de serviço, depois de muita luta…..
Uma nota histórica.
Trotsky foi morto no México, onde estava exilado. Um visitante, agente estalinista, que se fez passar por jornalista, usou uma picareta de geólogo ou alpinista.
O ex-líder (ucraniano) do exército Vermelho da URSS escreveu, minutos antes de morrer, um curto testamento político.
Podia ter dito muita coisa, mas preocupou-se em deixar esta cartilha muito clara para os seguidores:
“Não entrei, nem direta nem indiretamente, em nenhum acordo, ou mesmo em nenhuma negociação de bastidores, com os inimigos da classe operária.”
Um trotskista verdadeiro e puro não negoceia ou faz acordos. Luta até cair e espera que um dia a revolução nasça numa fantasista greve revolucionária, para resolver tudo sem ter de negociar.
E se estiver em entrismo numa organização que tem de parecer que negoceia, até pode ir para lá comer bananas ou fazer outra inutilidade.
E se outros tentarem negociar são “traidores e inimigos de classe.”
Porque o que interessa é luta até cair, mesmo sem estratégia de saída dela.
Quando percebemos que estamos nas mãos de um herdeiro ferveroso de Trotsky, ter estudado História, dá jeito.
É sair de lá, porque nada se vai resolver fora do barulho e confusão.
Pode ser bom para abanar a bananeira. Mas, comidas as bananas, não fica nada ou fica-se pior.
E quanto mais tarde se perceber, pior.
A propensão para a cisão grupal é muito alta quando a ideia é “não fazer acordos ou alianças.”
A luta é uma ferramenta para um fim. Não pode ser um fim em si mesma.
Usando uma ideia de Clausewitz. Se a greve é como a guerra, o objetivo é ganhar, mas há sempre negociação no fim.
Mas, para negociar, é preciso ter intenção e estratégia para lá chegar.