Os deputados algarvios do PSD vão interpelar o Governo com carácter de urgência sobre a suspensão das aulas em cinco municípios, alegando que o anúncio, feito no domingo ao final do dia, é uma “falta de respeito” pelos pais.
A Autoridade de Saúde Regional do Algarve determinou no domingo a suspensão das aulas presenciais do 1.º e 2.º Ciclos, a partir desta segunda-feira, nos municípios de Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel, devido à “gravidade da situação” epidemiológica.
Em comunicado, os deputados do PSD eleitos pelo Algarve consideram que a decisão “é reveladora de uma intolerável e gritante falta de respeito pelos pais”, por desestruturar a organização familiar nas próximas semanas, “pondo em causa pessoas que trabalham, muitas que não têm com quem deixar os filhos”.
Para os parlamentares, a medida é também reveladora “da ausência de previsão do Estado e da opacidade no processo decisório, bem como de tempo e modo que confundem as pessoas, são factor de desconfiança e abalam a autoridade do Estado”.
Os deputados dizem desconhecer o fundamento da decisão, se é estritamente necessária, por não estar a ser adoptada noutras regiões com uma evolução idêntica da pandemia, como Lisboa, e questionam “qual foi o aconselhamento científico que a motivou”.
Deduzindo que “a situação é tão grave ao ponto de se tomar esta medida”, os deputados querem saber “porque não é decretada a testagem massiva e gratuita – neste momento nem é massiva nem gratuita -, ou se acelera a vacinação”, já que esta é a região que “tem a vacinação mais atrasada”.
Em comunicado, a Autoridade de Saúde Regional do Algarve explicou que a decisão teve como base “o princípio da precaução”, devido à existência de “816 casos confirmados activos de covid-19” na região.
Segundo aquela autoridade, a taxa de incidência a 14 dias por 100 mil habitantes era de 583 em Albufeira, 329 em Faro, 448 em Loulé, 403 em Olhão e 326 em São Brás de Alportel.
“Esta medida, decidida pela gravidade da situação, de modo a conter cadeias de transmissão, por um período previsível de 12 dias iniciado na segunda-feira, dia 28 de Junho, coincidindo com o final do ano lectivo, será monitorizada permanentemente e revista no dia 9 de Julho, com análise da situação epidemiológica dos municípios nessa data”, pode ler-se na nota assinada pela delegada de Saúde regional do Algarve, Ana Cristina Guerreiro.