A Organização Mundial de Saúde (OMS) defendeu esta quinta-feira a necessidade de manter as escolas abertas durante a pandemia de covid-19 e considerou que podem evitar-se os confinamentos se forem aumentadas as medidas de protecção.
“Devemos assegurar o ensino aos nossos filhos”, afirmou o director da OMS para a Europa, Hans Kluge, sublinhando que as crianças e adolescentes não são impulsionadores principais do contágio e que o fecho de escolas não é eficiente.
Kluge frisou também que os confinamentos são “uma perda de recursos” e que provocam muitos efeitos secundários, como danos na saúde mental ou aumento da violência de género. De acordo com o mesmo responsável, esta medida seria evitável se o uso de máscaras fosse superior a 90% entre a população.
Ter mantido a maioria das escolas abertas na Europa durante quase 100 dias seguidos é considerado um motivo de satisfação, já que o encerramento pode afectar também a saúde mental dos jovens e ter consequências sociais.
Apesar de o uso de máscara não ser “um remédio”, e de dever ser completado com outras medidas, quando se verifica uma utilização inferior a 60%, é “difícil evitar confinamentos”, disse, em conferência de imprensa online, em Copenhaga, sede do escritório regional da OMS.
A defesa da abertura das escolas e do uso de máscaras para evitar os confinamentos foram duas das mensagens centrais de Kluge, que classificou como uma “grande esperança na luta contra o vírus” as notícias surgidas nos últimos dias sobre avanços em vários ensaios de vacinas para a covid-19.