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“O Orçamento é uma maravilha mas as escolas continuam sem computadores, sem professores e sem assistentes operacionais” – Duarte Marques

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O Orçamento é uma maravilha mas as escolas continuam sem computadores, sem professores e sem assistentes operacionais.

Quem ouve os discursos do Ministro da Educação sobre o Orçamento de Estado para 2020 fica convencido que as escolas da região, como em todo o país, já não têm falta de professores, nem falta de assistentes operacionais nem de material informático. De facto existe um aumento do OE2020 nesta área mas que se destina apenas e só aos salários, e tem sido assim nos últimos 4 anos, só aumenta a aposta em educação nessa rubrica porque o investimento está ao nível dos tempos da troika.

Em percentagem do PIB a coisa é ainda pior. Nos tempos da troika a percentagem do PIB que era destinada à educação era muito superior. Veja-se aqui em mais detalhe neste artigo.

No debate na especialidade o Ministro Brandão Rodrigues anunciou uma aposta no aumento da velocidade da internet nas escolas. Mas de que serve isso se os computadores existentes nas escolas são velhos, degradados e muitos deles nem são compatíveis com muitos dos conteúdos distribuídos nas escolas? É uma vergonha para o país a situação de degradação do parque informático a que chegaram muitas escolas do nosso país e em particular desta região.

Inexplicável também é a falta de professores em tantas escolas mas pior só pode ser a solução encontrada pelo Ministro da Educação de colocar professores sem formação especifica a dar as aulas dos colegas em falta. É um retrocesso na qualidade do nosso ensino e uma incoerência brutal com o discurso do Governo. Mas isto revela sobretudo falta de planeamento, falta de capacidade de gestão e de realismo.

Quanto aos assistentes operacionais a situação é ainda pior e mais embaraçosa, não só porque coloca em causa a qualidade do ensino como ainda ameaça a segurança das escolas, dos seus alunos, professores e assistentes operacionais.

Temos um OE na Educação que aposta em projectos piloto, em ambiente controlado, que têm sempre resultados positivos porque têm todos os meios à disposição. Mas a realidade do país e da escola pública não são os projectos inovadores em ambiente controlado em que corre sempre tudo bem.

 

Fonte: MedioTejo