Há uma semana, escrevi aqui um texto sobre os problemas que poderia causar a falta de uma orientação clara e vinculativa para as escolas de todo o país sobre o modo de articulação da telescola com outros mecanismos de ensino à distância. Uma semana depois, nem claras nem obscuras. Silêncio apenas. O ministério deixa o terceiro período arrancar ao sabor das iniciativas desgarradas dos diretores, que por sua vez, deixam amplas margens de atuação às estruturas intermédias das escolas.
Com o caos a instalar-se, o Ministério deve intervir rapidamente com orientações claras. No meu anterior artigo, sintetizei algumas regras gerais que podem permitir que o terceiro período não acabe sendo apenas tempo perdido e um contributo para ainda mais ansiedade e frustração para professores e alunos e respetivas famílias. Milhares de professores acumulam este esforço com o cuidado dos filhos (abdicando da licença para assistência à família, a que teriam direito, na tentativa de manter o acompanhamento dos seus alunos).
Para que o terceiro período corra o melhor possível, em vez da multiplicação de procedimentos burocráticos, com dezenas de ficheiros para preencher, tabelas com sumários, recursos, presenças, os professores devem preparar materiais para complementar a telescola, manter contacto escrito e individualizado com os alunos, em coordenação com os diretores de turma, que devem assegurar a regularidade dos contactos diretos com os alunos e a continuidade da atividade destes.
Para que isso aconteça é preciso que o governo saiba o que está a acontecer e atue já. É simplesmente inexplicável que o ministério continue a adiar diretrizes simples e comuns a todas as escolas e agrupamentos.
Fonte: Esquerda.Net