O ESPLENDOR ÉTICO DA ADD….
A busca lutadora do excelente por medíocres atinge belos píncaros de exuberância na suavização dos padrões éticos.
Há uns dias, fiz aqui uma pergunta sobre o procedimento de avaliação de desempenho docente.
A pergunta era sobre a aplicação do regime de impedimentos e suspeições (do CPA) à eleição da SADD no Conselho pedagógico.
A conclusão maior que tirei das respostas nem foi sobre o assunto em si.
Foi verificar quanto desconhecimento existe na profissão sobre as regras que se aplicam.
Muitas pessoas, espantosamente não entendem que Avaliação Docente são todos os atos que vão desde o relatório de auto-avaliação até à notificação e ainda os atos preparatórios (eleger a SADD, eleger os membros do Onselho Pedagógico que elegem a SADD, aprovar documentos) e reclamações e recursos. Até os pedidos de acesso a documentos são parte do procedimento.
Uma colega teve ganho numa arbitragem de recurso por causa de um simples pedido de acesso à documentos não respondido (porque se percebeu que ía ganhar isso em tribunal).
A SADD ser manipulada na sua composição, numa eleição que não acautela impedimentos e suspeições é grave e é motivo de impugnação da avaliação.
Além do risco disciplinar para quem se mete em caminhos desses por ser infração disciplinar (não atender a impedimentos e não os declarar é infração disciplinar grave).
No caso da ADD, o problema dos impedimentos e suspeições é complexo e agrava-se pelas quotas: a minha avaliação não é só minha porque a avaliação final de cada um depende da posição relativa em relação à ordenação de todos os outros.
Se eu subir, os outros descem… Isso é que é o efeito da aplicação dos percentis.
Imaginem a demonstração pelo absurdo: um membro do Conselho Pedagógico (que vai ser avaliado daqui a semanas pelos membros que está a votar e nem todos estão na quota de coordenadores, outra ignorância patente nas respostas) sabe que um dos membros que está para ser eleito não gosta, por causa de um episódio antigo, de um dos avaliados que concorre com ele na quota.
Sabe, não diz é na reunião de eleição e aí defende que votem nesse. Conseguiu uma vantagem. Alguém pode descer e consegue subir (e sem mudar a sua nota).
Por isso, a ideia que DGESTE e DGAE’s em E72 e outras palermices lançam como verdade ecuménica: para não haver impedimentos e suspeições (basta sair da sala nos próprios assuntos na SADD) é um disparate pegado.
Era o que faltava ser legal votar a própria avaliação..
Mas o problema é mais vasto: o que são os próprios assuntos em ADD? São os de todos os outros que estejam na mesma quota.
Não podem ter quotas na lei de um procedimento e depois afirmar esse disparate que na prática viola a isenção e legítima a vantagem e o vale tudo dos titulares de cargos.
Por definição, aplicar quotas (a parte que é da SADD na avaliação) é um jogo de todos contra todos. Participar na decisão da avaliação de outros é participar na sua….
Até ser parte na aprovação da ficha pode ser vantagem….
Mas o mais espantoso é ter visto tanto cravo e discurso bonito sobre coragem e senso de justiça no 25 de Abril e depois ver defender a corrupção de ser juiz em causa própria.
Até vi uma professora avaliada que se ofereceu para a SADD e até pediu pareceres para rebater a recusa da sua presença.
Que tanto interesse tem um avaliado em estar presente no órgão que decide reclamações?
Acha-se tão indispensável e sábia que só ela pode decidir a avaliação dos outros que concorrem consigo?
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