Isabel Alçada considera que o executivo de António Costa foi “prudente” na gestão da pandemia, ao determinar o encerramento total das escolas. A ex-ministra da Educação, titular da pasta entre 2009 e 2011, resume ao Expresso a estratégia do governo numa palavra: “Equilibrada”.
“São mais de 6 mil escolas públicas e 2,5 mil escolas privadas. Lembro que o sistema educativo abrange todas as famílias e as escolas são pontos essenciais no relacionamento social”, disse ao Expresso a ex-ministra, que será uma das oradoras convidadas para o debate de amanhã, dedicado ao futuro da educação.
“Preparar o Futuro” é um ciclo de quatro conferências organizado pelo Expresso e Banco Santander que pretende discutir os grandes temas da atualidade – saúde, educação, reforma e qualidade de vida – nos próximos tempos. Moderado pelo jornalista da SIC Notícias, Rodrigo Pratas, o debate sobre Educação está marcado para amanhã, pelas 11h30, com uma declaração do ministro da pasta, Tiago Brandão Rodrigues.
A conferência digital conta ainda com a participação do ex-ministro e atual presidente da Iniciativa Educação, Nuno Crato, além dos comentários de Vítor Calado, Diretor da Rede Açores e Madeira do Banco Santander, e das intervenções de Isabel Alçada e do diretor do INESC e professor do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira.
Que mudanças trouxe a pandemia na educação, onde investir, que competências são necessárias, que mercado teremos? Estas são algumas das questões a responder durante a emissão, em direto no facebook do Expresso, que contará também com os comentários de Daniel Traça, reitor da Nova School of Business and Economics.
“A lição essencial que retiro das modificações no ensino na sequência desta pandemia é precisamente a grande virtude do ensino presencial. Está patente, perante todos, que o ensino remoto por computador é uma pálida imagem do ensino presencial”, disse Nuno Crato, acrescentando que “o contacto humano direto, em sala de aula, dirigido por um professor, com a oportunidade de diálogo direto, de verificação das dificuldades dos alunos, é insubstituível”.
Questionado sobre o assunto, o professor do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira, mostra-se reticente: “Se iremos ou não continuar a usar os mecanismos que aprendemos durante estes dois meses é algo que não sei. Tenho a convicção que estaremos de regresso a um ensino essencialmente presencial dentro de um período de tempo não muito alargado (um ano ou menos) e que não aproveitaremos muitas das lições da pandemia. Mas posso estar enganado, é apenas uma opinião”.
Fonte: Expresso