O matemático e antigo governante falou sobre “o que importa e o que não importa na educação”, num debate organizado pela Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) em Lisboa, em que defendeu que “aquilo que se tem discutido na educação não é aquilo que é essencial em educação”.
“O que se costuma discutir em educação são coisas que podem ser importantes, como as greves dos professores, o número de alunos por turmas, ou as competências do século XXI, mas não se discute o que é essencial”, afirmou, considerando que é necessário trazer ao centro do debate a formação e a educação dos jovens.
Durante cerca de uma hora, Nuno Crato defendeu um sistema de ensino que continue a privilegiar o conhecimento e não o desenvolvimento das competências do século XXI, que o ex-ministro considerou serem, sobretudo, uma imposição das empresas sobre os currículos escolares.
Questionado sobre a falta de profissionais técnicos, decorrente de uma cada vez maior valorização do ensino superior, o antigo governante sublinhou a importância do ensino profissional em Portugal, mas afirmou que este deve ser entendido como um caminho para um fim específico, e não como “uma via menor ou uma entrada pela porta do cavalo para as universidades”.
“Há cursos que fornecem uma preparação para entrar na Universidade e há cursos que fornecem uma preparação para entrar diretamente no mercado de trabalho”, disse, sublinhando a importância de ambos.
Fonte: SAPO24