Se há uma semana o caminho até à aula dependia de uma viagem de autocarro em direção à escola, agora Sara Fialha está à distância de poucos cliques no computador. O relógio batia as 10:00, esta quinta-feira, quando a jovem de 17 anos iniciava a aula de Matemática de 12.º ano: uns exercícios para aqui, outros para lá, exposição de dúvidas e mais um dia na escola virtual. Um quadro comum para milhares de alunos de todas as escolas do país, obrigadas a suspender as atividades letivas presenciais esta segunda-feira e pelo menos até 9 de abril, segundo ordem do Governo, como forma de combate ao novo coronavírus em Portugal.
Findada a semana, é hora de reflexão: “vejo mais desvantagens do que vantagens neste ensino à distância”, não hesita em dizer. Não é só uma classe envelhecida à procura do seu lugar nas tecnologias (agora, a única forma que têm de ensinar os alunos), são os jovens que vivem em terras onde a internet não tem morada e as novas aulas sem a capacidade de oratória. Tudo somado, faz professores e alunos acreditarem que a escola ainda não está preparada para ser à distância.
“Há aqui um dado novo: o pico atinge-se ali para maio. Por isso, a tutela deve começar a preparar-se”
A semana começou abalada. “Perdemos muito tempo a tentar decidir qual seria a melhor plataforma para todos, porque os professores estavam tão perdidos quanto nós”, conta a aluna da Escola Secundária de Valongo, no distrito do Porto. Arrancaram com um debate: confusos, os docentes pediam sugestões aos alunos sobre as melhores formas de avaliar o que resta do 2.º Período. “Perguntaram-nos quais os instrumentos de avaliação que achávamos mais adequados, para dar uma segunda oportunidade àqueles que tinham tido maus resultados no primeiro teste”, relata.
Fonte: DN