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“Nós não queremos profissionais descontentes, porque isto também passa para os alunos”

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Há uma clara contradição entre as palavras do ministro da Educação, João Costa e as suas ações  em relação aos professores. Em primeiro lugar, de que serve o ministro agradecer aos professores por não levarem as suas ações de protesto para a sala de aula, destacando a importância de manter uma relação positiva com os alunos, se no último ano (e os últimos 8 em que é governante) houve uma série de protestos dos professores às quais o ministro não atendeu.

É hipócrita elogiar os professores por não protestarem nas salas de aula enquanto, ao mesmo tempo, se ignora as principais reivindicações da classe. Os professores pretendem uma melhoria nas suas condições de trabalho e um elevar de qualidade na escola pública.

Não deveria o ministro, em vez de elogiar os professores por não protestarem, ouvir as suas preocupações e responder às suas reivindicações de maneira justa e satisfatória. A ideia é que, se o governo deseja evitar que os profissionais da educação fiquem descontentes, deve priorizar a negociação e o atendimento às necessidades dos professores, em vez de apenas pedir que  não protestem?

Alberto Veronesi


O ministro da Educação, João Costa, agradeceu esta quarta-feira aos professores por estarem a deixar as ações de protesto e reivindicações da classe fora da sala de aula.

À margem de uma visita à Maia, para participar no VIII Encontro Internacional sobre Inovação Pedagógica, o ministro garantiu não querer profissionais descontentes e realçou a boa relação que mantêm com os alunos.

“Nós não queremos profissionais descontentes, porque isto também passa para os alunos. As nossas escolas são maioritariamente – também devo fazer esta homenagem aos professores – estas questões ficam à porta da sala de aula, ou seja, a relação que existe com os alunos é uma relação positiva”, defendeu João Costa.

Os últimos meses têm sido marcados por sucessivos protestos dos sindicatos dos professores, que reivindicam melhores condições de trabalho, como a recuperação total dos 798 dias de serviço que os professores viram congelados para efeitos de progressão de carreira.

Depois de criticar a convocação de greves para o início do ano letivo, João Costa lembrou a abertura negocial do governo na educação e espera, por isso, um ano letivo tranquilo.

“Todos nós queremos um ano letivo mais tranquilo, mais sereno. O ministério da Educação desencadeou processos negociais, nunca recusou nenhum pedido de reunião por parte de sindicatos. Foram muitos e muitos os momentos de encontro e foram também muitas as aproximações a posições que foram apresentadas pelas organizações sindicais.”

Depois do apelo ao diálogo que o Presidente da República fez aos professores e ao governo, no sentido de chegarem a um entendimento e evitarem mais greves perto do arranque do ano letivo, a Confederação Nacional das Associações de Pais avisou os professores que não aceitaria novas greves neste período, como aconteceu no ano letivo anterior.

RR

3 COMENTÁRIOS

  1. A CONFAP a querer por as unhas de fora… Vão mas é pedir mais subsídios ao governo, que é para isso que servem. Para isso e para dizer que “são a opinião dos Pais” quando têm meia-dúzia de aderentes e a esmagadora maioria de Pais deste País diz que não se revê na CONFAP.

    • Mais??????
      60 mil/ano, não chega; se calhar não,pois cada vez que fala está sempre metida na m**** da carro. É natural que 60 mil por ano não lhe chegue para as despesas auto…..

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