O nome só foi conhecido após a divulgação oficial da composição do Governo e muito provavelmente não integrava qualquer das listas de ministeriáveis que iam circulando. Fernando Alexandre é especialista em macroeconomia e era até agora vice-presidente do Conselho Económico e Social e da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (UM), onde chegou a ser pró-reitor.
Fernando Alexandre
Ministério da Educação, Ciência e Inovação
52 anos Economista
Autor de oito livros de economia, colaborou como consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos, do Tribunal de Contas e da Microsoft Portugal. Funções governativas exerceu apenas uma vez, entre 2013 e 2015, altura em que foi secretário de Estado Adjunto da Administração Interna no Governo de Passos Coelho.
Quando foi distinguido com o Prémio de Mérito Científico da UM, revelou os planos que tinha para o futuro: “Gosto de estudar. Vou estudar um pouco mais e depois vou fazer aquilo que eu quero fazer, que é ser gestor e ir trabalhar para as empresas.” O convite para integrar o Governo da AD trocou-lhe as voltas e vai agora assumir a pasta da Educação, que considera como “a grande esperança para ter cidadãos mais informados, mais exigentes, mais criativos, mais resilientes e com maior capacidade de criação de riqueza”.
À frente do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre terá como grande desafio a gestão do dossiê dos professores. No imediato, com a devolução do tempo de serviço congelado que os Governos de António Costa não quiseram contar, mas que foi assumida como uma das bandeiras do programa eleitoral. Os seis anos e seis meses de tempo de serviço deverão ser recuperados a um ritmo de 20% em cada ano. Mas há também um problema de insuficiência de professores para gerir, que nos anos mais recentes já fez com que dezenas de milhares de alunos fiquem sem aulas durante meses.
Em relação à avaliação dos alunos, a equipa de Fernando Alexandre também terá de decidir se avança com os exames digitais do 9º ano este ano letivo e se mantém as provas de aferição no 2º, 5º e 8º anos (no programa da AD propunha-se que passassem para o 4º e 6º anos, também sem contar para nota, mas com divulgação pública dos resultados por agrupamento de escolas).
Além do ensino básico e secundário, terá ainda a pasta do Ensino Superior, que foi despromovido, deixando de ser ministério.
Foi em 2002 que pela primeira vez a política de Ensino Superior teve um ministério próprio, com Pedro Lynce. E assim se manteve nos Governos até 2011, quando voltou a secretaria de Estado, com Passos Coelho. Regressou em 2015 com o PS no Governo. “A história repete se. A direita desvaloriza a ciência e tecnologia e o ensino superior, despromovendo essas áreas, que perdem o estatuto de ministério. No atual contexto nacional e internacional parece ser uma má opção política. Sobretudo para fazer face, por um lado, aos problemas que emergem e, por outro, aos desafios e oportunidades crescentes do desenvolvimento científico e da inovação no contexto europeu . Quem sofre são os mais jovens e as futuras gerações”, comenta Manuel Heitor, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entre 2015 e 2022.
RTP 3 debates no programa
” isto é Economia ” era o atual ministro e Ricardo Pães.
Se conseguirem ver sabem a linha filosofia do atual ministro em tudo, mesmo no ensino.
Poucas vezes. O interlocutor usual de Ricardo Mamede era e é o Ricardo Arroja (chegofilo)…
Reflexão:
Estão a morrer demasiados professores no ativo. E os que não morrem, estão doentes, porque é um trabalho que degasta de forma silenciosa e continua o psíquico e o físico. É dos trabalhos em que o burnout mantém-se mais elevado, durante mais tempo, desencadeando assim o aparecimento de doenças.
Trabalhar diariamente com grupos grandes de adolescentes e jovens, desmotivados, desinteressados, desrespeitadores e com grandes dificuldades em cumprirem os deveres do aluno; acrescido de pertencerem, muitas vezes, a famílias desestruturadas; a terem estilos de vida pouco saudáveis; adicionado ao consumo de substâncias psico ativas, a vícios em sites, internet ou redes sociais acrescido ainda à pouca valorização da escola e o de estarem em grandes grupos com crateristicas idênticas, torna-se demasiado desgastante para os docentes. Os professores deveriam ser separados em dois grandes grupos, os que não têm turmas dos que trabalham com turmas de alunos. Pois trabalhar com grupos de pessoas em simultâneo, preparar aulas; fazer com que os formandos cumpram os planos de trabalho, respeitem e cumpram as regras; fazer testes, questões aula, trabalhos; corrigir e avaliar constantemente estes grandes grupos é demasiado penoso. Por isso, sugiro que os professores com 30 anos de serviço com turmas, vão para a reforma.
Após 30 anos com turmas,principalmente professores de disciplinas de exames, desde o básico, é inconcebível continuarem a ter à sua responsabilidade turmas.
Para quem não trabalha com turmas, atende um “cliente” de cada vez, que procura ajuda em algo que necessita. Pelo contrário, o docente com turmas, trabalha com grupos enormes de “clientes”, maioritariamente não interessados no “serviço” prestado, assumindo por isso, posturas ofensivas e destrutivas.
Agora imagine-se lecionar por exemplo matemática a estes grandes grupos?
Matemática é uma disciplina estrutruturante do pensamento e do raciocínio lógico, essencial em todo o desenvolvimento da humanidade ao longo da sua história, mas exigente, por ter uma linguagem tão específica, precisar de conhecimentos adquiridos anteriormente(pré-requisitos), exigir maior concentração e ser necessário alguma prática e estudo.
Imagine-se ainda um professor ser maltratado por um aluno ou grupo de alunos de uma turma. Este docente fará uma participação disciplinar, mas trará consequências residuais aos infratores. Como irá o professor encarar os abusadores e a turma, onde sofreu ofensas e humilhação, em todas as aulas seguintes?
Por tudo isto, pouquíssimos jovens querem ser professores de turmas. Assim sendo, deveríamos fazer alterações, a fim da carreira docente tornar-se mais atrativa, entre elas, a separação dos professores que não têm turmas daqueles que as têm. Destes, subdividir em dois grupos, os que dão disciplinas considerada mais fáceis pela maioria dos alunos das consideradas mais exigentes e consequentemente mais exigente a sua lecionação. Para os docentes destas, deveria ser antecipada a idade da reforma. Professores que lecionam turmas há pelo 30 anos, em disciplinas mais difíceis e com 55 anos de idade, deveriam poder ir para a reforma. Então, seria mais vantajoso para os alunos e a população.
Agradecemos a atenção disponibilizada e esperamos algumas reformas!
Obrigada.
Felicidades!
Concordo em absoluto!
Porém não me parece fácil a tarefa. Só um prof ou familiar próximo pode entender tal propósito. A população em geral não pensa assim… mas, a verdade é que ninguém quer ser professor. Seria interessante saber, quantos filhos de professores querem está profissão ? Muito poucos! Por algum motivo será.
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