Início Educação Medina sobre a educação repete a mentira da equidade e justiça social.

Medina sobre a educação repete a mentira da equidade e justiça social.

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Impressiona-me que os jornalistas se mostrem incapazes de demsontar as mentiras ditas pelos governantes. Uma coisa é o que eles dizem outra coisa são os factos. O facto é que os professores não tiveram o mesmo tempo descongelado que a restante administração pública.
Na verdade, 70% de 10 anos não é equivalente a 70% de 4 anos. Portanto, mentiu. Não é verdade que tenha descongelado 70% do tempo congelado em todas as carreiras da administração pública. Considerando que os professores tinham por recuperar 9 anos, 4 meses e 2 dias com este ratio deveriam ter recuperado 6 anos, 6 meses e 13 dias e na realidade recuperaram apenas 2 anos e 8 meses. Os restantes trabalhadores recuperaram 7 anos. Considerando que o período de descongelamento da troika foi de 7 anos, significa que recuperaram 100% do tempo, ou seja 70% de um escalão de 10 anos. Justo? Não. Equitativo? Não. Contas certas? Obviamente que não.


E na educação? No problema de protestos constantes, o obstáculo para resolvê-lo não é o dinheiro?
Para resolver protestos, admito que sim, mas a questão da educação nunca pôde ser dissociada do que é a necessidade de sermos justos e equitativos para toda a sociedade portuguesa. Todos nós, na sociedade portuguesa, fomos muito atingidos durante os anos da troika. Os funcionários públicos tiveram as carreiras todas congeladas, ninguém progrediu nada, incluindo, obviamente, os professores. De 2015 para a frente, foi feito um trabalho muito importante de recuperação da normalidade, de pôr de novo as carreiras a contar. Agora colocar-se em cima da mesa que nós o que temos que fazer é repor o país como se a troika não tivesse existido. Se se fizesse a uma profissão, concordaria que não se fizesse a outras? Não, nós temos que tratar todos de forma absolutamente equitativa.

E para isso já não há dinheiro?
Aí do ponto de vista financeiro e orçamental é evidente que os recursos são de outra magnitude.

Como ministro das Finanças, tem-se sentido como um travão a que o Ministério da Educação avance com propostas mais próximas do que é pedido pelos sindicatos?
Tem havido um grande esforço, um grande trabalho colectivo dentro do Governo e uma grande partilha dos caminhos a fazer. No caso da educação, a diversidade de opiniões, naturalmente que existe, e a diversidade de papéis, existe, claro. Mas aquilo que sempre foi muito claro para todos, é que é uma questão de justiça no país.