Início Editorial Manuais Grátis: Há Filhos E Há Enteados…

Manuais Grátis: Há Filhos E Há Enteados…

630
1

No final de agosto, primeiros dias de setembro começa-se a ouvir falar do próximo ano letivo, a mudança de escola, ciclo, amigos e sobretudo a compra do material escolar e dos livros, que obriga sempre a uma boa dose de ginástica orçamental.

No entanto, o Governo, há um ano, tomou a decisão de “oferecer” todos os manuais escolares, a “todos” os alunos, em todos os anos de escolaridade. As escolas recebem as verbas do estado e emitem vouchers para que os pais possam ir à livrarias levantar os manuais, fazendo com que esse esforço fosse menor, pois os manuais são quase sempre a factura maior no orçamento de início de ano letivo.

Esta medida é vista por grande parte dos que dela beneficiam como sendo justa, mas não é, querem saber porquê?

Já o ano passado tinha escrito sobre este assunto, Manuais Escolares: Alunos De Primeira E De Segunda, e este ano vejo-me obrigado a escrever novamente pelo simples facto que esta medida, paga por todos os contribuintes, é injusta!

Em cima escrevi todos e oferecer entre aspas pelas razões que passo a explicar!

Oferecer é falso, porque todos têm de devolver…logo trata-se de um empréstimo e para todos também é falso.

A pseudo benevolência desta política termina imediatamente quando não inclui todas as famílias, pois não inclui as famílias que livremente escolheram, por qualquer motivo, ou por opção, ou por falta de oferta pública, colocar os seus filhos no ensino privado.

Será que essas famílias não pagam impostos como todas as outras? Pagam, claro que pagam!

Será que essas famílias, através dos seus impostos, não financiam o sistema público como as outras? Claro que financiam.

Será que essas famílias não têm os mesmos direitos constitucionais? Têm, claro que têm, só não têm é direito ao voucher!

Poderão agora dizer que, a opção foi dos pais e por isso perdem o direito aos manuais, mas a esses eu respondo: Desde quando é que quando alguém opta livremente, num estado democrático, essa escolha faz com que perda os direitos?

É muito bonito apregoar os direitos e as igualdades com que o Estado tem de tratar os seus cidadãos,  mas já percebemos que para uma determinada esquerda, que nos governa,  essa igualdade é muito relativa, pois geralmente termina onde a liberdade de escolha dos cidadãos começa. És livre  enquanto alinhares escolhas e ideologias, assim que desalinhes perderás os teus direitos.

Irrita-me, solenemente, esta perseguição a todos aqueles que pensam de forma diferente, mostra uma enorme intolerância de quem se diz tolerante.

Teremos, em outubro, oportunidade de dizermos se queremos que continue ou não!

Alberto Veronesi

Comments are closed.