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Jardins de infância a meio gás

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Mais de 125 mil crianças dos três aos cinco anos podem, a partir de segunda-feira, voltar aos jardins de infância para brincar e rever amigos. Dois meses e meio depois de ter encerrado, o ensino pré-escolar volta a abrir no Dia da Criança, sendo um dos serviços autorizados a voltar a funcionar na terceira e última fase de desconfinamento. Já os centros de atividades de tempos livres (ATL) que não funcionam junto dos estabelecimentos de ensino só vão poder abrir no dia 15 e não já esta segunda-feira, como estava previsto. Quanto às atividades de apoio à família e de ocupação de tempos livres, como os campos de férias, só começam a funcionar no final do ano letivo, ou seja, depois do dia 26. Este adiamento foi explicado por António Costa com a necessidade de “dar tempo às instituições para se organizarem”.

Outra das decisões que saiu do Conselho de Ministros de ontem com impacto nas famílias com filhos pequenos tem a ver com a continuidade do teletrabalho para este grupo. Ainda assim, os pais com crianças até aos cinco anos ficam agora com a possibilidade de colocarem os filhos nas creches (crianças até os três anos) — que já reabriram a 18 — e nos jardins de infância (dos três aos cinco). A questão que se coloca, tal como aconteceu com as creches, é a de saber se os pais não têm medo de o fazer, optando, os que podem, por manter os mais novos em casa ou nos avós.

“Acredito que o número será superior aos que entraram nas creches no dia 18. Mesmo nestes serviços, o número de crianças já aumentou esta semana”, diz Filomena Bordalo, assessora da direção da Confederação Nacio­nal das Instituições Particulares de Solidariedade Social, que assegura grande parte destes equipamentos.

“Nas 11 salas de pré-escolar vamos ter menos de metade das crianças”, estima Filinto Lima, diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia. A sul, nas Escolas João de Deus, haverá uma sala com 14 meninos, uma com oito e outra com quatro — muito longe da capacidade das turmas, que, nestas idades, é entre os 20 e os 25 meninos, indica o diretor, Carlos Luís.

As orientações para o funcionamento dos jardins de infância foram conhecidas na semana passada e seguem o que já tinha sido definido para as creches (ver texto em cima).

CAMPOS DE FÉRIAS AGUARDAM

Além da educação pré-escolar, há autarquias, como a de Lisboa, a assegurar as chamadas “atividades de animação e de apoio à família”, que são coordenadas pelas juntas de freguesia e em articulação com as escolas públicas. Este acompanhamento ocorre imediatamente antes e depois do horário dos jardins de infância.

Quanto aos ATL que funcionam junto das escolas e que são maioritariamente frequentados por crianças e jovens entre os seis e os 15, fica a dúvida de como podem funcionar. A resposta que normalmente asseguram às famílias durante o ano letivo, pós-aulas, não faz muito sentido num momento em que elas decorrem em casa e não nas escolas. “A partir de 29 de junho, já com o ano letivo terminado, não haverá problema. Até lá, as instituições terão de avaliar as necessidades das famílias e a capacidade de resposta que têm em termos de espaços, recursos e condições de funcionamento”, explica Filomena Bordalo.

Noutros casos, a decisão de abertura está prevista para mais tarde, apenas em julho, e mediante o interesse que os pais demonstrem ou não, explica um responsável da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho (concelho de Loures). Em Carnide, Lisboa, haverá, para já, o ATL para as crianças do pré-escolar. “Temos muitos pais que precisam de deixar as crian­ças logo às 7h30 e outros que não podem ir buscá-las às 15h30”, explica o presidente da junta, Fábio Sousa. Para os meses de férias, a junta, que é responsável por um dos maiores programas de animação do país, com mais de dois mil participantes, ainda aguarda instruções. As orientações para os campos de férias ainda não são conhecidas, mas são sabidas dificuldades. “Estar na praia nem é o mais complicado. São as regras de transporte. Andar com metade da ocupação não é viável”, lembra o presidente da junta, acrescentando que uma das alternativas poderá passar por atividades em espaços verdes.

 

Fonte: Expresso