Quando, em Março do ano passado, a pandemia mandou todos os alunos para casa, já Carlos lá estava uns dias antes para se proteger do vírus. Carlos, que preferiu manter-se no anonimato e por isso lhe atribuímos um nome fictício, nasceu com quatro malformações no coração, a tetralogia de Fallot, que lhe foram diagnosticadas à nascença e que obrigaram a que tivesse de ser submetido a um bypass aos seis dias e, depois, a uma primeira cirurgia correctiva aos seis meses.
O que complica a vida de Carlos, hoje com 17 anos, é a consequência que adveio da cirurgia e que o obriga a ser portador de pacemaker. Sem isso, os seus batimentos cardíacos rondariam os 17, 20 por minuto, número insuficiente para viver normalmente. Mas o que o mantém vivo traz também alguns riscos na contracção de vírus e bactérias. Por isso, há um ano que a casa concentra o seu mundo todo. Sem aulas presenciais, sem encontros com amigos, sem jogos de ténis.
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