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Fenprof diz que aulas presenciais gravadas põem em causa “autonomia profissional e pedagógica dos docentes”

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A Federação Nacional de Professores (Fenprof) é contra a gravação da aula para transmissão direta, uma questão que se está a colocar em algumas escolas quando parte da turma está ausente da sala de aula.

“São vários os estabelecimentos de ensino com alunos em quarentena, isolamento profilático ou pertencentes a grupo de risco em que se pretende, através do computador ou com a instalação de câmaras de vídeo, que as aulas presenciais sejam filmadas para serem visionadas em casa”, diz a Fenprof em comunicado enviado às redações, esta segunda-feira, 16 de novembro.

O uso deste método é de “validade pedagógica” questionável, “prejudicando os alunos e pondo em causa a autonomia profissional e pedagógica dos docentes”.

É questionável, explica a Fenprof, “não só pelas limitações técnicas”, mas porque um formato de aula presencial, quando sujeito a gravação “acaba por prejudicar a relação pedagógica entre o docente e os alunos, qualquer que seja o modo como participam na aula”. Por outro lado, há também “o risco dos professores verem gravado, adulterado e/ou divulgado o seu trabalho, por exemplo, através das redes sociais”.

A Federação esclarece que nem todas a escolas estão a ir por esta via, mas adianta, que são cada vez mais os professores preocupados “por lhes estar a ser imposta esta modalidade” e que procuram os sindicatos querendo saber “como reagir”.

Nesse sentido, esclarece que esta modalidade “não se enquadra em qualquer dos regimes definidos no ponto 6 da Recomendação do Conselho de Ministros 50-D/2020 de 20 de julho, pelo que o professor deverá questionar essa situação quando a mesma lhe é imposta”.

“Os alunos têm direito a continuar as suas aprendizagens” e “as escolas o dever de os apoiar”, mas há métodos adequados para o fazer, diz a Federação. Por exemplo, sessões síncronas e assíncronas preparadas para esse fim e asseguradas “eventualmente docentes de grupo de risco, em regime de teletrabalho, outros cuja componente letiva do horário não esteja completa ou pelo recurso à contratação”.

Se a opção da escola for a manutenção dos docentes da turma, terá de “haver uma reorganização do horário de trabalho, segundo a Fenprof, “uma vez que a preparação e dinamização das sessões síncronas e assíncronas terá de integrar os respetivos horários de trabalho”. Por fim, os alunos podem recorrer ao “Estudo em Casa” transmitido pela RTP Memória ou RTP Play.