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Faltam computadores? Não faz mal, mandam-se alunos para a escola – Cerca de 17 mil alunos têm aulas presenciais

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O ministro da Educação revelou que atualmente estão a ser servidas, todos os dias, nas escolas, “mais de 45 mil refeições” a alunos de famílias carenciadas e que, entre este e o confinamento do ano passado, quase duplicou o número de estabelecimentos de ensino de acolhimento, onde hoje há aulas presenciais para um universo de cerca de 17 mil alunos.

Estas foram algumas das respostas do Governo à crise elencadas por Tiago Brandão Rodrigues durante o debate, esta segunda-feira, na redação do JN, com a participação do filósofo e ensaísta José Gil e durante o qual se discutiu sobre as consequências na educação e as desigualdades sociais causadas pela pandemia. Foi uma iniciativa conjunta dos principais títulos da Global Media Group, que se estendeu ao longo de todo o dia numa emissão especial que procurou lançar um olhar sobre o futuro do país, um ano depois de ter detetado o primeiro caso de covid-19.

Sobre “o momento em que mais foi posto à prova”, o sistema educativo respondeu com eficácia, sublinhou o governante. A rede de escolas de acolhimento aumentou de 700 para cerca de 1500. São frequentadas por alunos filhos de trabalhadores de serviços essenciais, com necessidades educativas especiais, “para quem o ensino à distância é ineficaz”. Ou, então, que estão sinalizados como em risco de abandono escolar pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens – no ano passado, admitiu, houve um “aumento ligeiro” desses casos.

Garantiu também que o problema do “número muito elevado de alunos que não tinha qualquer contacto com a escola”, que se verificou no confinamento do ano passado, já não se coloca agora. “Se, eventualmente, houver algum aluno que não está em contacto com os seus pares, na semana seguinte, a CCPJ está a atuar porque ele é sinalizado”, sublinhou. Tiago Brandão Rodrigues reconheceu também ser “significativo o número” das “mais de 45 mil refeições” que hoje são servidas diariamente nas escolas a alunos e também às suas famílias carenciadas, o que corresponde a 40% das que eram servidas em janeiro quando todos os alunos estavam na escola, adiantou.

Tal como o primeiro-ministro, o ministro da Educação deixou em aberto a possibilidade de o plano de desconfinamento, que será anunciado no dia 11, iniciar-se antes da Páscoa, com a reabertura das escolas. Alertou, no entanto, que para isso acontecer e podermos “continuar a ganhar esta batalha dos números”, “não podemos relaxar nas próximas semanas”.

“Sabemos que, para podermos ter, em março, alguma movimentação no que toca ao desconfinamento e, logo, no desconfinamento das escolas, temos todos de ter, coletiva e individualmente, um conjunto de comportamentos adequados”, frisou Tiago Brandão Rodrigues.

JN