É verdade que a boa educação não é, só, um formalismo de etiqueta. É uma atitude, genuinamente, cuidadora. Na verdade, estamos todos muito pouco “preparados” para a boa educação. E para a liberdade. E era importante que tivéssemos a coragem de o assumir. E a humildade para nos tornarmos melhores.
Vem isto a propósito do desconfinamento que se está a fazer com muito comércio (grande) “distraidamente” a não dar conta do n. de pessoas, na ausência de distâncias de segurança ou na “greve de zelo” às máscaras ou desinfecção dos utentes Com inúmeras pessoas a usarem máscaras “criativamente”. Ou a fazerem interpretações muito suas das regras que nos protegem a todos quando vão à praia ou frequentam sítios públicos. Se forem repreendidas ou se um agente da autoridade as advertir, cumprem. No resto do tempo, parecem ser como as crianças que só quando são muito assustadas é que cumprem. No resto do tempo, desafiam (clandestinamente) numa de “vejam como sou corajoso!”. Ora, ninguém que se paute pelo medo (que não divide) é livre. Logo, se o que nos leva a cumprir as regras for unicamente o medo -movidos pelas receio das consequências- não estaremos a ser livres. Se, pelo contrário, cumprirmos as regras em nome de um “bem comum” estamos a sê-lo. É uma ligeira diferença que faz toda a diferença.
Tenho medo que muitos de nós , infelizmente, não estejamos ao nível deste compromisso de “todos com todos” que as regras que nos protegem exigem. É normal que se tenha respirado fundo. E que o desconfinamento tenha dado lugar a alguma descontracção. Mas parece-me que estamos muito presos às determinações dos governos e das autoridades de saúde. E não será muito claro, para muitos de nós, a estratégia que, eles estão a assumir. Há regras apertadas nos teatros mas não nos transportes; porquê? Se, quando se tratou de confinar os governos foram exemplares, agora, parecem pôr todas as expectativas numa vacina. Como se a pandemia não se vencesse, sobretudo, pela mudança de comportamentos!
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