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“Eis a escola a transformar-se numa fábrica de imbecis.” – Joana Amaral Dias

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Letra morta

Crianças analfabetas. Analfabetas e estupidificadas. Eis a escola a transformar-se numa fábrica de imbecis.

É isto que a gestão da covid em Portugal produziu e, finalmente, há um relatório a comprová-lo. Esse documento do Instituto da Avaliação Educativa (Ministério da Educação) voltou a sopesar o impacto da suspensão do ensino presencial nas escolas na covid, depois da 1.ª edição em 2021. Ou seja, finalmente temos indicadores comparados que possibilitam medir o prejuízo causado pelos confinamentos e aulas remotas.

O negro retrato revela que, mediante uma tarefa simples de literacia da leitura (identificar informação ou o tema de um texto), 58,7% dos alunos do 6º ano falham. Ou seja, perante um pedido básico de interpretação, há uma imensa maioria que não consegue. Já nos alunos do 9º ano – miúdos de 14 anos -, o número é de 56,1%. Conseguem juntar letras, mas não entendem minimamente o que está à sua frente.

Em literacia matemática, na resolução de situações elementares, 64,5% dos alunos do 9º ano também não vai lá. Já na literacia científica (muito necessária para perceber as supostas pandemias e os reais pandemónios), e também em exercícios de baixíssima dificuldade, 83,5% dos alunos do 9º ano claudica clamorosamente. Quase todos, portanto. O relatório fala de “declínio muito acentuado”.

 

A degradação da escola pública, se parecia contingencial na covid, agora torna-se óbvio que é deliberada. Por isso, este “Executivo de Esquerda” não apenas trancou os putos em casa sem fundamentação como vai arruinando professores e todo o pessoal escolar.

 

Este Estudo Diagnóstico das Aprendizagens 2023 rebenta com a repulsiva propaganda governamental de que a gestão das escolas nesses anos dementes até foi boa para os miúdos. Mas como é que é, sequer, possível que o primeiro-ministro e etc. tenham tido o atrevimento de alardear tal aberração que, de resto, contrariava já tudo o que se apurara nos demais estados? Melhor em Portugal? No país em que muitos agregados familiares não têm sequer computadores? Onde tantas crianças ficaram sozinhas em casa porque os pais tinham profissões incompatíveis com teletrabalho e não dispunham doutro apoio? Aqui, com as escolas fechadas mais tempo do que nos congéneres europeus?!

Este Governo cospe mentiras atrás de mentiras. A gestão da covid, desde logo para as nossas crianças e jovens, foi uma hecatombe. Todos foram lesados – até porque no desenvolvimento existem janelas óptimas, mas irreversíveis para as aquisições – só que os mais prejudicados foram os desfavorecidos. E isso é imperdoável.

Acontece que a degradação da escola pública, se parecia contingencial na covid, agora torna-se óbvio que é deliberada. Por isso, este “Executivo de Esquerda” não apenas trancou os putos em casa sem fundamentação, como vai arruinando professores e todo o pessoal escolar, ou introduzindo o facilitismo e as passagens de ano quase administrativas – que ficam lindas nas estatísticas.

Já escrevi que o PS ficará conhecido por passar de obreiro a coveiro do SNS. Também constará na História que foi de construtor a destruidor da escola pública. Pena que o tempo seja a única Justiça.

 

Psicóloga clínica.
Escreve de acordo com a antiga ortografia

DN