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E os Profissionais da Educação Não Têm Fé na Lixívia – Paulo Prudêncio

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Surpreendi-me com o regresso às aulas. Parecia-me sensato um modelo gradual para salvar vidas e proteger a saúde e a economia. Somos um país com turmas e escolas numerosas e sabe-se que uma turma de 20 contacta com 800 pessoas em 48 horas (e uma de 30 com 1200). Como detalhei noutro texto, turnos de semana sim, semana não, e intervalos descentrados, reduziriam a frequência para números civilizados: uma escola de 1000 alunos nunca teria mais de 250, os espaços fora da sala de aula registariam 15 a 60 e existiriam entradas e saídas faseadas nas escolas; é que é crucial prever o congestionamento no exterior e nos portões de acesso. É óbvio que milhares de jovens a conviver, dentro e fora da escola, contrariam qualquer teoria das bolhas e transportam (nos dois sentidos) o vírus para as famílias e para o tais festejos tradicionais; e são, quase garantidamente, assintomáticos com elevada capacidade de contágio, com a agravante de se saber (Johan Giesecke) que o “distanciamento físico é mais importante do que usar máscara” (o que não contraria, obviamente, a importância da máscara). Apesar da impreparação para tempos tão difíceis que justifica todas as pedagogias, não adianta culpar os miúdos e quem os educa pelas previsíveis e inevitáveis aglomerações.

Resta-nos o recurso à boa disposição e à experiência de pertencer à profissão mais devassada da história mediática. Aliás, atenuam-se os números porque os profissionais da educação não tem fé na lixívia. Cumprem rigorosamente os procedimentos. Os que estão horas a fio em salas apinhadas, fazem fé na falta de comparência do vírus já que não se prevê a ingestão diária de cocktails a 3000 euros a dose depois do suportado pela ADSE.

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