Pelo Público em 14 de Maio de 2024. No pùblico, ode ler aqui.
Como acordado, o texto está publicado no blogue.
Título: E depois de Abril
Texto:
Abril celebrou, com uma manifestação inesquecível, os 50 anos de um dos momentos mais significativos da História da democracia europeia, e testemunhou a inquietação com os resultados eleitorais. E se votar e celebrar deviam transportar a esperança no futuro, passou Abril e regressou a engrenagem doentia à vida dos professores.
Tem sido assim nas últimas duas décadas, apesar das inúmeras formas de luta carregadas de genuinidade e autenticidade (algumas manifestações estão entre as maiores de sempre). Os professores já perceberam que, mais uma vez, nada mudará. Ouviram os apelos ao fim do medo nas escolas e à restauração das liberdades elementares, mas nada mudará porque foi exactamente com a asfixia da democracia que se iniciou a sua proletarização.
De facto, o poder político foi mal-agradecido com as gerações de professores que democratizaram o ensino; e habituou-se. Desfila na avenida sem remorsos, apesar de já ser impossível esconder a falta estrutural de professores e a queda das aprendizagens dos alunos. A ingratidão dos consecutivos governos resume-se nos incontáveis acórdãos dos tribunais a ilegalizar serviços mínimos aplicados “tacticamente” nas escolas. Por via disso, decorrem intoleráveis processos disciplinares, e persistem faltas injustificadas e descontos salariais.
Ler mais em Correntes