“A reunião de 4 de Junho, já se percebeu, será mais uma para empatar a malta e dar a sensação que o ministro Tiago e Fenprof e demais sindicatos contam para alguma coisa para o PS e o Governo.
Isto levanta problemas tácticos e estratégicos ao nosso associativismo docente, sindical ou outro, porque o ano está a finalizar e a convocatória do S.TO.P. para uma greve às avaliações precisa de muito mais para ter algum impacto junto das escolas.
Pelo que é legítimo interrogar-me se não será altura de organizações de professores e/ou directores como a ANDE, a ANDAEP. a ANVPC e todos os sindicatos da Plataforma que se manifestou no passado dia 19 dizerem o que pensam de sua justiça sobre a Iniciativa Legislativa para Recuperação de Todo o Tempo de Serviço Docente. Da Fenprof, soubemos o que esperar logo ao arranque, mesmo se há sinais que me chegam de alguma mudança de atitude em algumas das suas bases (e não só). Sei que estas organizações têm recebido convites para, pelo menos individualmente, os seus membros subscreverem a ILC. Mas, em termos formais, têm revelado algum receio em tocar no assunto.
Só que…
… quer-me parecer que depois de 4 de Junho perderão a margem de manobra para fingirem que nada é com eles. Ok, há quem ache que tem canais privilegiados para resolver os “seus” problemas e nós estamos preocupados com “todos” os professores.
Mas… para quando uma declaração clara de apoio ou repúdio da iniciativa? Porque os que inicialmente a repudiaram (e a ainda a 19 fizeram campanha contra ela) parecem ter percebido – salvo as almas perdidas do costume, mais papistas que o velho papa, que engoliram o guião e não desistem de agitar papões – que este PS e este Governo (ou o próximo) nunca aceitarão repor os 9.4.2. Seria bom que, por exemplo, o César Israel Paulo, o Filinto Lima e o Manuel Pereira (selecciono estes por encabeçarem organizações que num passado recente tiveram alguma visibilidade) aparecessem a discutir mais do que bizantinices em público e tivessem a coragem de dizer se apoiam ou não a ILC pois, quero acreditar, ainda são professores e representam professores, directores, contratados ou “extraordinários”.
Eu sei que a iniciativa é de zecos, de arraia-miúda, mas é algo inclusivo, que não procura promover ultrapassagens ou desenrascanços de micro-grupos.
É uma Iniciativa Legislativa para TODOS, seja os que estão na carreira, seja os que entrem nela mais tarde e assim percebam que não podem ser atropelados.
Há quanto tempo não os leio ou ouço falar para TODOS os professores.
Eu sei que os tempos é falar em “escolas” e “interesse dos alunos”, em “responsabilidade orçamental” e essas coisas.
Mas eu tenho sempre esperança que se assumam e tenham CORAGEM.
(a metáfora visual é demasiado… ou melhor… pouco subtil?)
(ahhh… não mandem isto ao ministro Tiago…) “
Fonte: https://guinote.wordpress.com/2018/05/27/e-agora-3/