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Diretores escolares alertam para “pandemia” de falta de professores

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O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) alerta que há falta de professores no ensino público português e teme que a Educação seja a próxima “pandemia”.

A profissão não é valorizada, não atrai jovens e isso pode refletir-se na qualidade de ensino a prestar. Nos próximos anos, mais de metade dos docentes no ativo vão reformar-se, alerta Filinto Lima, em declarações à Renascença.

“Acho que a próxima ‘pandemia’ será na Educação, tem a ver com a escassez de professores. Cada vez mais temos menos professores, é preciso investir na classe docente. Até ao fim desta década 58% dos professores atualmente no ativo vão aposentar-se. Não há perspetivas dos jovens quererem aceder a uma carreira que não é valorizada nem está dignificada”, salienta.

O presidente da ANDAEP teme que, nos próximos anos, Portugal possa “regressar ao século passado”, aos anos 80 a 90, “em que chegavam às escolas portuguesas professores com baixas qualificações”.

“Não é isso que nós queremos. Queremos professores muito qualificados, muito experientes, porque são aqueles que temos no sistema de ensino nacional”, sublinha.

O processo de recrutamento de professores ainda está na fase inicial. A ANDAEP é uma das que serão ouvidas pelo Ministro da Educação. Filinto Lima garante que não deixará de expor muito claramente as posições dos diretores de escolas.

Modelo de exames nacionais é o adequado à realidade
Esta sexta-feira, começou a época de exames nacionais. Mais de 150 mil alunos vão prestar provas, 40 mil destes para ter acesso à Universidade.

A organização é muito semelhante à do ano passado, já em período de pandemia, com muitas regras de higiene e segurança. Professores e alunos estão nas salas de exame com máscara.

Quanto aos exames, têm menos questões opcionais do que no ano passado, mas Filinto Lima considera que é o modelo mais adequado à situação, uma vez que ainda houve muitas aulas á distância.

Situação que o presidente da Associação de Diretores de Escolas gostaria que se alterasse no próximo ano letivo, com mais aulas presenciais, que são muito mais eficazes, sobretudo para os ciclos não superiores, defende Filinto Lima.

Com este ano letivo terminado, está em curso a operação de devolução dos manuais escolares. Filinto Lima garante que está a correr muito bem: “Os pais percebem que os manuais foram emprestados, a maior parte dos alunos estimou os manuais e portanto, podem ser usados no próximo ano por outros estudantes.”

RR