Ao longo desta semana, o tema de conversa diário era o Corona Vírus… Os alunos, uns com mais consciência da situação do que outros, pediam esclarecimentos aos professores. Muitos deles não conseguiam obter esses esclarecimentos em casa.
Durante os últimos dias, os alunos foram desaparecendo da escola. No entanto, podíamos vê-los a brincar nas ruas, em grandes grupos à porta dos prédios, nos cafés. Na quarta-feira, à hora da saída, questionei alguns deles que iam a caminho da sala onde um grupo de jovens apoia as crianças do bairro e perguntei-lhes porque não iam à escola, visto passarem o dia na rua… resposta rápida: “Então a professora não sabe que o vírus apanha-se na escola??” Ainda tentei explicar-lhes que não era assim, que é necessário cumprir alguns cuidados, mas ficaram a olhar para mim e só me perguntaram “Porque é que a professora também não vai para casa?”
Na sexta-feira, após o anúncio de encerramento das escolas, apenas oito alunos da turma apareceram… Tentámos passar o dia com a maior normalidade possível pois notava-se que as crianças estavam ansiosas pela situação, pelas notícias que vêem mas não compreendem; falámos sobre o que se está a passar, cuidados a ter, a necessidade de ficar o maior tempo possível em casa. Quase todos manifestaram que não queriam ficar tanto tempo em casa. Chegando ao final do dia despedimo-nos com um “Até um dia destes”, “Tenham cuidado”… Eles perceberam a importância da situação, que não era a despedida alegre de quem vai de férias, e alguns saíram com lágrimas nos olhos.
De repente, uma das alunas volta para trás e pergunta “Professora… e agora quem me vai dar um abraço todos os dias?” E o coração da professora ficou pequenino…
Uma TEIP?
Um Território Educativo de Intervenção Prioritária!
A Escola é TEIP, porque A escola pertence a um território de intervenção prioritária.
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