A devolução dos manuais gratuitos às escolas, que se inicia no próximo dia 26, “será um entrave ao bom sucesso” da recuperação de aprendizagens por parte dos alunos no
próximo ano lectivo, alertou a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) num parecer enviado esta semana ao Ministério da Educação (ME).
Neste documento, que foi solicitado pelo próprio ME, a ANDE recorda “que o período de pandemia e a consequente ausência de aulas presenciais provocou, em muitos casos, atrasos no cumprimento das aprendizagens”. E que, por isso, os alunos vão “necessitar
de recorrer aos manuais no arranque do próximo ano lectivo para poderem recuperar adequadamente as aprendizagens que não se concretizaram neste ano”.
O alerta da ANDE caiu em saco-roto. O despacho sobre a reutilização dos manuais gratuitos foi publicado terça-feira em Diário da República exactamente igual à proposta que fora enviada aos directores para se pronunciarem. “Dizem que nos ouvem, mas a verdade é que não escutam nada”, lamenta o presidente da ANDE, Manuel Pereira.
No despacho assinado pela secretária de Estado da Educação, Susana Amador, estipula-se que os manuais terão de ser devolvidos às escolas até 14 de Julho e que estas terão de ter concluído todo o processo duas semanas depois, a 28 de Julho. O que passa por fazerem a triagem dos livros para separar os que se encontram em estado de serem reutilizados e por inserirem, na plataforma electrónica respectiva, o número de manuais por disciplina que seguem para reutilização.
Numa informação divulgada ontem, o Ministério da Educação esclareceu que, devido à situação de pandemia, as escolas terão de definir um calendário para a devolução dos
manuais, e que os pais só deverão deslocar-se para entregar estes livros na data e hora que lhes for fixada.
Fonte: Ler mais Público