O desafio é simples e direto! Se estás descontente com o estado em que se encontra a Educação faz greve!
Estás contente por terem encerrado a discussão da recuperação do tempo de serviço?
Estás descontente com a carreira docente, com as cotas e com uma avaliação de desempenho docente castradora que não privilegia o mérito além de que potencia as pequenas corrupções devido às vagas e às cotas?
Gostas dos discursos da tutela e do governo de que “está tudo bem nas escolas”; “os alunos vão todos caber dentro da sala”; “as bolhas funcionam” fazendo com que se acredite, atirando areia para os olhos de todos, que as escolas são locais seguros, Sabendo que é liminarmente falso?
Prova disso é o mais recente estudo que indica que “na divisão por idades o grupo etário dos 10 aos 19 anos é claramente aquele onde o aumento tem sido mais expressivo, mais do que duplicando em apenas um mês. No final de setembro o país registava 4.216 jovens com estas idades que tinham sido contagiados, número que chegou aos 10.199 no final de outubro (+142%).
Bem sabemos que, quando se convoca qualquer greve, aparecem logo os “velhos do Restelo” a tentarem justificar o facto de não a fazerem!
Uns por ser à 6.ªfeira, outros por ser à segunda, outros por ser a meio da semana, outros por ser um só dia, outros por serem muitos dias, outros por já terem dado muito para esse “peditório, outros por serem contratados e acharem que os benefícios são para os do quadro e que portanto eles que a façam, outros porque até não estão mal e pior era no tempo em que não estavam colocados, outros porque aguardam as migalhas que o governo quer dar, outros porque não querem desagradar às chefias, sempre com a ADD em vista, outros porque só fazem se todos fizerem, outros porque o dinheiro faz falta, outros por estar frio ou calor, tudo serve!
Não vou julgar os colegas, mas peço que pelo menos consigam perceber o impacto que poderá ter uma greve em que a maioria das escolas fechem neste país!
Só assim poderemos ser levados a sério, mostrando força e união!
Olhem para o exemplo dos enfermeiros, vão conseguindo os seus objetivos.
E os professores?
Conseguem, apenas, dar sinais de enorme desunião, de enorme umbiguismo, de enorme falta de visão holística sobre o estado da Educação, e uma péssima lição de civismo para os próprios alunos. De que interessa dar belas aulas de cidadania se não a praticamos. Refilamos na sala dos professores e nas redes sociais, mas quando toca a sermos fortes e unidos: “deixa que eles fazem” e eu com jeitinho ainda recebo o dia e nem aulas dou. Como por vezes acontece quando a greve é das auxiliares de ação educativa.
Esta greve é para todos! Vamos mostrar o nosso desagrado! Calha na semana do feriado? Melhor!