A exigência de manter berços e catres distanciados por dois metros requer salas com uma dimensão que não existe, explica Susana Batista. Assim como a obrigação de colocar as crianças sentadas em mesas e viradas todas para a educadora. “Estas mesas retangulares nem existem. Muitas são redondas e crianças desta idade sentam-se nos tapetes, só estão à mesa para fazer as atividades. Há jogos que são feitos por pares de crianças, a aprendizagem faz-se por observação e não conseguimos controlar a movimentação de crianças até aos três anos”, diz.
A responsável afirma que sugeriu a redução dos grupos, mas não obteve um esclarecimento sobre como tal pode ser realizado. Espaços alternativos, atualmente desocupados, que permitam dividir turmas não existem, assim como não há uma espreguiçadeira para cada criança. “A DGS quer que cada bebé tenha a sua espreguiçadeira, mas isso não é viável”, explica.
A intenção é abrir e, embora o prazo seja considerado “apertado”, Susana Batista diz que é possível, mas avança que “antes é preciso esclarecer todas as dúvidas para que todos saibam o que se pode ou não fazer e que risco que se corre”. As orientações oficiais da DGS só deverão ser formalmente conhecidas esta segunda-feira.
Em Portugal, em 2018, segundo os últimos dados disponíveis, existiam cerca de 630 creches privadas e 2600 instituições públicas de solidariedade social nesta área. Os estabelecimentos privados são frequentados por quase 30 mil crianças e contam com nove mil trabalhadores.
Fonte: Expresso