Exemplos como os de Macau(aqui),onde em 10 casos curaram 10 e permaneceram 31 dias sem novos casos, deviam ser seguidos pelos demais países.
Bem sei que Macau tem cerca de 600 mil habitantes, mas a forma como, independentemente do impacto económico, combateram o Covid-19 é no mínimo louvável.
Por cá, o que vemos é uma espera agonizante de aumento de casos para depois chegar o pandemónio..
Ora se em época de pico da Gripe, em anos comuns, vemos os hospitais em rotura, como se pode pensar que estamos preparados para combater o vírus?
Atualmente estamos assim:
Os médicos vão dizendo que os meios que o Governo anuncia, na realidade, faltam(aqui);
Os primeiros dois casos no HSJoão do Porto esgotaram os quartos de isolamento(aqui);
Nos centros de saúde os suspeitos são isolados em casas de banho (aqui);
Os médicos não conseguem contactar a SNS24 (aqui)
Escolas, habitualmente sem toalhas de mãos, papel higiénico e sabonete, apressam-se a comprar, mas como a verba é pouca recorrem a “sacos azuis”, as Juntas e as Câmaras assobiam para o lado. (aqui)
Perante este cenário, não seria melhor prevenir agora, enquanto a situação é minimamente estável, que depois tentar remediar, sem meios?
Sabemos que em altura do pico apenas os casos graves serão internados, os outros ficarão em recuperação nas próprias casas, mas mesmo assim não acredito na capacidade do sistema, se aos primeiros casos já entra em colapso e sem meios, nem quero imaginar daqui para a frente.
Terá de acontecer como com a Gripe A, a partir de um certo ponto, tratarão todos como sendo Covid-19 e os casos graves internam…
Para já, a DGS diz que estamos ainda em situação de contenção, conforme relatório, mas exatamente por estarmos nessa fase é que devemos agir agora! Não esperar pelo inferno para agir…
É na fase de contenção que se contém, como fez Macau e Itália, este última, tarde de mais, mas a tentar recuperar tempo perdido!
Um último estudo sobre o vírus diz que pode permanecer ativo durante 9 dias em superfícies como tampos de mesas, teclados, puxadores de portas, etc (Leia mais aqui).
Nós se tivermos noção das nossas fragilidades devemos “agir perante” em vez de “reagir a”!
E não é mandando pessoas suspeitas continuarem a fazer a vida normal, que se contém o vírus.
Não é mandando professores dar aulas e ainda dizer que só os alunos da frente podem ficar infetados…não é assim que se contém!
As contas económicas, fazem-se no final, as contas à vida humana devem-se fazer agora.
Com isto, sugiro que se antecipe as interrupções letivas da Páscoa ou mesmo que se prolonguem para que os casos de contágio sejam, esses sim, residuais. Parece-me a forma ajustada para contrariar este vírus.
As escolas, com a classe profissional bastante envelhecida, onde as interações entre todos são aos milhares e ainda para mais com as lacunas higiénicas que apresentam, serão com certeza locais perigosos nos próximos tempos.
Não serão, de certeza, estes 15 dias que afetarão…prevenir é isto, agir é isto!
Alberto Veronesi
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