A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou este sábado, aos jornalistas em Tondela: “Não podemos começar o próximo ano letivo nas condições em que fizemos este, porque, por muito que elogiemos, e devemos elogiar, o esforço que foi feito, sabemos que não é assim que pode funcionar a escola”.
Catarina Martins considerou que “é muito preocupante que as escolas ainda não tenham indicações sobre o que vai acontecer” e referiu que, no orçamento suplementar, Bloco “está a propor já a contratação de mais pessoal, porque as escolas precisam muito de pessoal para poderem funcionar com segurança no próximo ano letivo”.
A redução do número de alunos por turma, “também permite que aqueles alunos que foram mais prejudicados com o encerramento das escolas tenham mais acompanhamento para recuperarem aquelas aprendizagens em que não tiveram a hipótese de evoluir naquele tempo”, argumentou Catarina Martins.
“É irresponsável Ministério da Educação não estar a discutir com ninguém”, diz Fenprof
“As escolas têm de se organizar e é absolutamente irresponsável por parte do Ministério da Educação não estar a discutir com ninguém”, critica a Fenprof, segundo o Expresso deste sábado.
Em declarações ao jornal, Mário Nogueira lembra que “se os alunos tiverem de estar a um metro e meio de distância, numa sala tipo, as turmas deixam de ter 25 a 30 alunos para ter 14”, apontando que uma das alterações fundamentais é a redução do número de alunos por turma.
Por sua vez, Filinto Lima da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas também considera “importante que os despachos saiam o mais depressa possível”, apontando que se “as escolas já estão superlotadas, onde terão espaço para colocar todos os alunos?”.
O jornal diz que o Governo tem uma estratégia presencial, mas que se for necessário contratar mais professores não se sabe com que dinheiro, lembrando a falta de referências à Escola Pública no orçamento suplementar, havendo apenas um acréscimo de 400 milhões de euros, mas apenas para a escola digital.
O ensino presencial é o que “mais minimiza as desigualdades sociais existentes”, 93,5% dos professores considera que o ensino à distância agravou as desigualdades entre os alunos e 58,9% de professores e professoras criticaram a falta de apoio do Ministério da Educação, num inquérito conduzido pela Fenprof.