Vão acontecer poucos dias antes das eleições legislativas. Já está estabelecido o percurso – e não foi ao acaso
O movimento cívico de pais e encarregados de educação Pais em Luta pela Educação está a organizar um protesto para o dia 24 de fevereiro. Trata-se de um sábado em que prometem não ficar em casa e marchar em Lisboa, entre o Ministério da Educação e a Assembleia da República. Os problemas que identificam são os mesmos de que davam conta em setembro, aquando da fundação do grupo: há escolas sem condições, turmas sobrelotadas, faltam professores, assistentes operacionais e técnicos especializados e – dizem ainda que a violência e a indisciplina não param de aumentar.
“No grupo WhatsApp onde vamos reunindo a maioria dos membros foi decidido que, nesta fase de transição governamental, era fundamental fazer ouvir a nossa voz e as nossas reivindicações”, explica Carla Monteiro Escada, porta-voz do movimento.
A manifestação vai decorrer em Lisboa e o percurso não foi escolhido ao acaso: “Vamos iniciar no Ministério da Educação, onde estão os governantes que tutelam a pasta, e terminar na Assembleia da República, onde estão os nossos deputados, representantes eleitos pelo povo”.
O movimento tem estado a estabelecer contactos para divulgar a iniciativa e convidar à participação. Contactaram já representantes de todos os partidos políticos com assento parlamentar, os membros do Governo e o Presidente da República. Mas, da parte dos políticos, só Marcelo Rebelo de Sousa, através da sua Casa Civil, acusou a receção do email enviado. Tirando isso, até agora, nenhuma resposta. Da parte da sociedade civil, a adesão está a começar a ajustar-se às expectativas. “Fizemos uma carta aberta que está divulgada nas nossas redes sociais, que enviámos a todos os elementos do Governo e partidos políticos, associações de pais e direções de escolas. Já estamos a receber contactos, tanto de associações de pais como de agrupamentos de escolas, a manifestar-nos apoio”, diz Carla Monteiro Escada.
O movimento não tem ainda ideia de como vai ser a participação, mas vão fazer um levantamento nos próximos dias para averiguar o número aproximado de pessoas que podem esperar no protesto. “Já temos a informação de que há grupos a organizar-se em vários pontos do país para se juntarem a nós no dia 24 de fevereiro. Convidamos não só os pais mas todos os cidadãos preocupados com o estado da Educação em Portugal para se juntarem a nós. Tragam os vossos filhos, porque é por eles e para eles que nos manifestamos. Eles e o seu futuro são o nosso foco”, diz a porta-voz do grupo Pais em Luta pela Educação.
A CNN Portugal contactou a Confederação de Associações de Pais (CONFAP), que diz não ter ainda conhecimento oficial do protesto, mas adianta que não deverá participar de forma oficial, precisamente por estarmos com um Governo em funções e a poucas semanas de um ato eleitoral para decidir novo Executivo.