A sala de aula do século XXI está repleta de cadeiras, mesas, alunos e tensões sociais. Gerir e mediar conflitos entre os jovens faz parte do dia a dia do professor.
A mediação de conflitos que os alunos trazem para a sala de aula e que impactam nas aprendizagens.
Os jogos resultam frequentemente em conflitos que os alunos trazem do intervalo, e entram na sala de aula.
Estas situações podem envolver agressões físicas e psicológicas, por vezes até organizadas.
Em alguns casos, a vítima é um estudante com um perfil de bom aluno.
Hoje escrevo na qualidade de Encarregada de Educação.
Uma tarde, fui buscar o meu filho após o fim das aulas.
Na altura com 7 anos foi alvo de uma situação humilhante por parte de um grupo de alunos da turma no intervalo.
A situação na altura não foi valorizada, foi uma brincadeira disseram. Tentei falar com a Coordenadora da Escola na época, mas disseram-me que estaria muito ocupada.
Contactei telefonicamente no dia seguinte, e mais uma vez a Coordenadora explicou que foi uma brincadeira.
Na altura, eu informei que o meu filho não considerou ser uma brincadeira, e que eu achei que seria uma situação constrangedora.
No dia seguinte, após as aulas, fomos a uma esquadra da polícia, apresentar queixa contra os ” agressores de 7 anos”.
No dia seguinte, a polícia, estava na Escola às 8:30, porque a situação se enquadrava no exercício das suas funções.
A Coordenadora já não podia dizer que estava ocupada.
E tentou falar comigo, nessa altura respondi:
- Já não tenho nada a falar consigo. Agora é com a polícia. Muito bom dia.
Os restantes Encarregados de Educação desconheciam os factos, só ficaram a saber quando a polícia falou com eles.
Passados uns anos, quando iniciou o 5º ano, aconteceu uma situação análoga, foi assaltado no refeitório por dois alunos da idade dele.
Pensando racionalmente, voltei a uma esquadra.
Ficou logo resolvido.
Como saber se o seu filho pode estar a sofrer de Bullying?
O seu filho anda muito calado?
O seu filho dorme mal?
O seu filho vai ter consigo ao quarto a meio da noite?
Então esteja atento.
Quando levei o meu filho comigo, expliquei-lhe que os problemas não se resolviam andando à pancada, nem aos insultos.
Cada vez que vejo notícias sobre jovens que perderam a vida ao participarem em pancadaria e desacatos, sinto que fiz a melhor escolha.
Nenhuma mãe deveria ter que trazer o seu filho do hospital, vivo ou morto.
Elisa Manero