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Bullying | Sou mãe de uma menina, de 9 anos de idade, vítima de bullying

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Este foi o e-mail que enviei à IGEC, A/C do Dr. Luís Capela:

“Venho denunciar uma situação de Bullying para com a minha filha (Escola nr.4, do Agrupamento de escolas de São João da Talha, concelho de Loures), uma menina de 9 anos, que apenas tem o sonho de poder ir para a escola aprender e brincar à vontade no recreio em perfeita segurança.
Mas, não é isso que acontece!
Desde o 1º ano, a minha tem sido alvo de maus tratos físicos e verbais. Chegando, inclusive, a ser espancada. Na altura, apesar dos hematomas e diversas escoriações, a escola optou por não chamar o INEM.
Eu, quando fui chamada à escola, como se tivesse tratado de uma simples queda, eu vi pelo tipo de ferimentos que não fora só uma queda e, a minha filha confirmou que foi empurrada e, já no chão, foi pontapeada por 4 alunos.
Primeiro prestei auxílio à minha filha e, no dia seguinte, prestei queixa na PSP da Esquadra de São João da Talha.
Alguns agentes da Escola Segura, foram à escola, identificaram 3 dos 4 agressores e fizeram uma sensibilização anti bullying em sala. De nada valeu, na tarde do mesmo dia já estavam a enxovalhar a minha filha!

Queixas na polícia, idas ao hospital, queixas na Escola, reuniões com Coordenadores da Escola e com Professores, com o Agrupamento… nada mudou! Aliás, na reunião no agrupamento ficou claro que estavam zangados comigo e , na tentativa de fazerem-me desistir das queixas, ameaçaram-me com processo judicial!

Veio a pandemia e a minha filha começou a ter aulas online (que alívio para ela e para nós!).

Entretanto, veio o desconfinamento, regresso a uma aparente normalidade e a Helena regressa à Escola fisicamente: recomeçam os ataques e as agressões, num crescendo descontrolado.
Nos recreios nunca ninguém vê nada , ou se vê é tudo sem querer.

Após Desconfinamento:
Já levou uma pedrada na cabeça;

Já teve hematomas e cortes em várias partes do corpo no seguimento de ataques.

Já lhe rasgaram roupas.

Já lhe destruíram brinquedos.

Já lhe mandaram livros e material escolar para o lixo.

A resposta da Escola é sempre a mesma: “Mãe, confie em nós, estamos a tratar do assunto… Confie!”

Há duas semanas foi a gota de água:

Atiraram-lhe com um saco de berlindes à cabeça ( este último acertaram numa orelha, “por sorte”, foi necessário retirar o líquido do lóbulo da orelha para que a não ficasse com uma orelha deformada como um lutador costuma ter – orelha couve flor) – Aqui, fui buscar a minha filha para almoçar a casa e vejo aquele hematoma enorme no lóbulo. Ninguém chamou ajuda médica, ninguém me avisou. Se aquele líquido não é retirado a tempo solidifica e só com recurso a cirurgia plástica. Sorte, que eu fui atleta de alta competição e soube o que fazer quando cheguei a casa. Retirei quase 4ml de líquido da cartilagem!!!

E, apresentei nova queixa na polícia.

A minha filha, a Helena, tem só 9 anos, perdeu o gosto de ir para a escola.

A Helena mendiga por companhia de brincadeiras e não tem.

Chamam-lhe vários nomes (puta, gorda, pirosa, horrorosa, mal vestida… por aí a fora).

A Helena brinca normalmente sozinha, ou lê livros e anseia para que o recreio passe rápido….

Mesmo, sentada no seu canto, a comer o lanche, um colega bully , já referenciado, manda-lhe duas boladas à cabeça, fez remate à minha filha (isto, foi testemunhado pelo meu pai, que gritou às auxiliares para elas actuarem, mais uma vez, duas mulheres, bem do lado e nada viram… a conversa é mais apelativa do que vigiar as crianças!!)
Na terça feira passada, fui chamada a uma reunião urgente, com a coordenadora, com a professora titular  e com a professora que dá aulas de apoio (epis).
Tanto a professora titular, bem como a coordenadora, ficaram desagradadas pelo facto de meu ter apresentado queixas na PSP.
Chegaram a gritar comigo, a tratar-me como sendo duvidosa, os meus relatos e as queixas da minha filha eram dúbias!!!
Tenho provas, tenho as fotos, as queixas formalizadas.
Ou seja, estavam mais preocupadas com o transtorno de terem de preencher relatórios, da exposição do que na verdade se passa, do que resolver a situação. Pediram para ter confiança, o que quer que tenham feito não tem resultado. Tenho que accionar todos os mecanismos para zelar pela integridade física e emocional da minha filha.
Entretanto, pedi à minha médica de família, uma credencial para a Helena ter apoio psicológico.
A auto estima da menina está muito em baixo.

Os bullys são , todos órfãos de pai e mãe??? Não têm quem os eduque?? Os pais, nem têm a decência, a humanidade, de vir falar comigo. De pedir desculpa à menina.

Batem, agridem-na só porque sim, porque “calhou na rifa”, de forma gratuita e sabem que saem impunes.
Há mais crianças, nesta escola vítimas de Bullying. Mas, tenho que cuidar da minha, não tenho culpa que os pais das outras vítimas não se mexam.

Só porque, perante a Justiça, crianças até aos 12 anos são inimputáveis. Mas, no entanto, podem continuar a agredir,

Só porque, perante a Justiça, crianças até aos 12 anos são inimputáveis. Mas, no entanto, podem continuar a agredir, a retirar o gosto de ir para a escola, com alegria de quem vai aprender coisas novas.

Face ao exposto, ao desgaste emocional de toda uma família, de ver o sofrimento e tristeza da minha filha, peço que nos ajude.
Averiguem, estamos disponíveis para qualquer esclarecimento e, ou dúvida.

Por favor, ajudem-nos!
Sou a mãe desesperada e, ainda muita coisa ficou por dizer.”

Casa Feliz –  “Fui ameaçada com um processo judicial se continuasse a fazer queixas” – Filha de Susana sofre de bullying na escola desde os seis anos”

 

P.S. – O problema da indisciplina e violência em meio escolar é conhecida por quem de direito, denunciada diariamente por quem está no terreno e ainda assim continuam a considerar casos residuais. Há formas de resolver, mas para isso tem de haver coragem política. Percebemos a angústia desta mãe, mas queremos deixar claro que não se fazem omeletes sem ovos, pelo que não havendo meios humanos, psicólogos, técnicos, mediadores, auxiliares, etc é difícil combater este cancro…por mais que se tente na escola, jusante, sem que haja trabalho na família, montante, pouco se pode fazer.

Já aqui publicámos muitos artigos relacionados com a indisciplina assim como este ”

Indisciplina? Propostas para acabar com ela…

onde atacamos o problema…