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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA E COMO VEJO A REUNIÃO DE COMISSÕES DE GREVE DE 18.03 – Luís Braga

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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA E COMO VEJO A REUNIÃO DE COMISSÕES DE GREVE DE 18.03
Deixo aqui o editorial que está no site do Movimento Alternativa Socialista há umas semanas.
O MAS é um grupelho (se quiserem ser eruditos, podem dizer grupúsculo) político, que terá umas centenas de militantes, e que teve nas últimas eleições uns 6000 votos.
O site, além de propaganda escrita em tom barroco (e dizem que eu é que exagero nos adjetivos?) pouca informação dá sobre organização interna e dirigentes.
Mas, hoje, são seus a maior parte dos dirigentes de um dos sindicatos mais influentes da área de educação (o meu, o STOP).
Facto nunca desmentido e que se baseia em informação pública oficial, verificável por qualquer um.
Até o avençado ou funcionário ou lá o que é, é do MAS.
Se alguém concorre em eleições sucessivas ou é mandatário de um partido, pode dizer que é independente?
Um dos seus fundadores carismáticos é líder do sindicato (o que não teria mal, se fosse só ele) e quase consigo ouvir a sua voz nos textos que o MAS publica no seu site sobre a luta dos professores. Em certas passagens só falta dizerem “somos nós que fazemos isto.”
O MAS esteve encapsulado nas cúpulas durante uns anos e agora revelou-se porque podia estar próxima a “greve geral revolucionária” (lembram-se dos apelos a despropósito?). Desculpem a nota pessoal mas até a amizade de alguns foi fingida para disfarçar a militância.
Mas não é o MAS que faz “isto” que fazemos nas ruas, praças e pontes.. Muitos professores têm essa crendice, mas isso é um caso extremo de doença do carisma, má visão de jogo e inconsciência da sua própria força como grupo social, que o entrismo do MAS aproveitou.
A REUNIÃO DAS COMISSÕES DE GREVE DO PRÓXIMO SÁBADO
No sábado o MAS/STOP organiza mais uma reunião de comissões de greve.
Em si, isso não tem mal NENHUM, mas há hoje 2 problemas.
1. É público que os órgãos do STOP estão politicamente capturados. O que faz o caso mudar de figura, face ao quadro em que eu próprio participei em reuniões dessas.
2. O órgão deliberativo do sindicato, constituído por todos os sócios, é a Assembleia Geral, que a Direção (célula do MAS) se recusa reunir sem que 200 sócios a peçam.
Entre outras razões, alegando que, tendo o STOP “papel de direção” na luta (tique de linguagem trotskista) isso perturba a dita luta.
Portanto, é oportuno reunir com não sócios num órgão informal e cuja composição ninguém sabe exatamente qual é (basta aparecer), mas recusa-se aos sócios, com formalismos bacocos, reunir para decidir o que fazer no seu sindicato, para o qual, todos os meses, pagam parte do seu salário suado e sugado.
Tenho muito respeito pelos “simpatizantes” do STOP e de André Pestana mas, para serem iguais a mim na decisão do que o sindicato faz têm de pagar a quotinha e dar o passinho de vinculação e risco que isso traduz.
E isto não ser óbvio é o esplendor do novo sindicalismo.
Eu sou simpatizante do Marítimo, e posso palpitar muito, mas, para votar, só com quota.
No STOP basta aparecer e vincula-se a organização.
QUE FAZER NESTE QUADRO?
Não vou à reunião de 18.
Por 3 razões.
Não concordo com a metodologia que concretiza e consolida uma captura política (além de não fazer realmente parte de nenhuma comissão de greve, o que não seria problema, dado que ninguém controla a legitimidade representativa de quem vai a essas reuniões). .
Nesse dia, tenho o almoço dos 30 anos do meu curso e tenho amigos e amigas para rever (e já sacrifiquei e estraguei muitos aspetos, e graves, da vida pessoal, desde Setembro, já que não fui dos que acordou em Dezembro com o despertador Pestana).
E só iria a reuniões dessas se antes houvesse uma assembleia geral, para discutir as negociações e a metodologia de ação entre os que se vincularam realmente ao sindicato, na base das ideias de apartidarismo, independência e renovação, que a constatação da captura pelo MAS mostra que estão a ser traídas.
PERGUNTAS QUE ERA IMPORTANTE FAZER
Mas, se fosse, e espero que alguém o faça, iria fazer algumas perguntas:
1. O que tem feito André Pestana nas reuniões? (demonstre com documentos)
2. Que esforço sério de conciliação com os outros sindicatos tem feito (não é mandar bocas que são uma malandragem ou mandar mails que colam ao teto, alguns deles a ralhar)?
3.Que caminho quer dar para conciliar a luta com a negociação?
4.Não vai referendar a recusa de acordo?
5.Porque são os documentos do sindicato sobre as questões técnicas tão fracos e apresentados já serodios?
E, depois, faria 3 mais mordazes,muito minhas.
1.Como conciliam os órgãos directivos as promessas extremadas de negociação com a doutrina trotskista, que indubitavelmente perfilham, de que negociar com os “inimigos de classe” é trair?
2.E, já agora, o que era aquele sorriso no canto da boca quando foi o primeiro a anunciar, em tom meio exultante frente aos jornalistas, que não havia acordo?
3.Depois de Bruxelas vamos manifestar-nos à ONU?
Guterres, que lá está, era apaixonado pela educação. Mas o PS dele (que foi o meu, nunca o escondi, nem podia) não era este pântano que enfrentamos (que contagiou o país).
Eu sou apaixonado nos atos da minha vida, mas acho que, nestas coisas, é preciso ter calma.
“Não dar o corpo pela alma”.
Mesmo se confiei de mais no passado.
Curei-me.