Dizia no passado 28 de setembro o nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “Quem não vai às urnas não tem legitimidade para, mais tarde, se queixar da escolha que é feita pelos outros”.
É verdade, todos nós sabemos que, em democracia, uma das formas importantes de expressar a nossa opinião é através do ato de ir às urnas votar, mas infelizmente a abstenção continua a ser enorme. Como é possível haver pessoas que passam quatro anos a queixar-se dos que os governam e chegando às eleições não vão votar?
Criou-se a ilusão que os votos em branco, votos nulos, ou mesmo a abstenção seria um sinal de protesto, um sinal de insatisfação com a política atual, mas na realidade isso até interessa a quem continua agarrado ao poleiro há anos.
Portanto abstenham-se à vontade que ganha sempre o partido que tem mais militantes, mais boys, e amigos ricos que favorecem com os nossos impostos, e esses não deixam de votar. São votos garantidos.
É óbvio que é irritante perceber que foi criado uma lei que protege e eterniza quem está no poder, só fico com pena que os eleitores não percebam isso e façam precisamente aquilo que interessa a que lá está, não votam!
Os eleitores continuam, portanto, a usar a abstenção, o voto nulo e o voto em branco contra eles próprios e a favor da eleição e perpetuação dos de sempre, no poder. Interessa, aos que governam, que o eleitor não tenha noção do poder do seu voto.
Mas como é possível consultar no site da CNE (Comissão Nacional de Eleições), a resposta é clara e de fácil compreensão. Clique aqui
O ideal seria que essas opções do eleitor, tivessem, cada uma delas, um significado que lhes era atribuído pelos eleitores, que dessem ao povo o poder da decisão: O que pretendem dizer quando se abstêm, com o voto nulo e com o voto em branco, e que consequências isso trará para os candidatos?
Retirando o significado a cada uma destas opções dos eleitores apenas se defendem no seu poleiro.
Por isso, tolero, mas não concordo com quem usa essas opções na atual democracia, acredito que possam-no fazer por desconhecimento, achando até que estão a contribuir para a possível mudança, mas na realidade apenas eternizam os demais.
É por isso importante informar os eleitores que a única forma de protesto é votar válido, por exemplo em partidos/pessoas com menor representação política.
Está insatisfeito? Vote contra, mas vote!
P.S. – Acho absolutamente inacreditável elegerem um candidato que esteve preso por corrupção, como aconteceu com Isaltino Morais em Oeiras, é, para mim apenas uma forma de legitimar o roubo, desde que o saibam fazer, desde que para além disso arranjem o jardim junto à urbanização.
O voto será sempre a favor de alguem . O não votar será sempre a favor do que ganha. A questão é : Como é que se pode votar contra todos ?
Caro Tiago, a sugestão que dou é atribuir um valor a cada uma das formas que, supostamente, deveriam ser de protesto. Algo que hoje não acontece porque os partidos, o sistema, é que criou as regras.
Exemplo hipotético: Abstenção superior a 40% daria lugar a novas eleições sendo que os candidatos teriam de ser diferentes, se alguém fosse candidato à C.M. e nesse conselho a abstenção fosse superior ao referido, seriam feitas novas eleições com outros candidatos.
Quanto aos outros votos, Nulo ou Branco, seriam também atribuídos outros consequências.
Estas consequências seriam decididas pelos cidadãos, criar-se-ia uma comissão que estudaria a situação, ouvindo cada um dos cidadãos votantes, através de referendo, para as atribuir.
Há modelos econômico matemáticos que tentam concertar as falhas dos sistemas eleitorais atuais , um desses se não recordo mal e o quadratic voting que é bem interessante e relativamente fácil de se aplicar
Caro Tiago, obrigado por comentar.
Pelo pouco que conheço desse sistema parece-me que poderá ser um dos caminhos!
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