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Amo-te, Mãe! – Eduardo Sá

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É verdade que a mãe parece ter 7 sentidos. Os 5 habituais. Mais o “6º” de mãe; que faz com que ela intua e adivinhe quase tudo aquilo que se passa dentro de um filho muito antes, ainda, dele imaginar seja o que for. E um 7º sentido -o “terrível narizinho de mãe”- que a leva a descobrir todas as asneiras.
É verdade que a mãe faz inquéritos cerrados, como + ninguém. E sobre todos os seus amigos. E que, ainda mal uma criança se senta no carro, já a mãe pergunta: “Correu bem o dia? Aprendeste muitas coisas? O que foi o almoço? Tens trabalhos?”.
É verdade que a mãe parece ter uma lista de tarefas na cabeça e que nunca se esquece de nada (mesmo quando um filho agradecia que ela se esquecesse!). E que quer tanto estar em todos os lugares, ao mesmo tempo, que chega a dizer que “Gostava de ser mosca!” (como se mosca fosse uma expectativa de carreira de uma mãe que se preze…).
É verdade que, quando a mãe se zanga, esbraceja e se esganiça.
É é verdade que, ninguém como ela, barafusta e ameaça tirar “férias”. E que, como sempre, depois desse arrufo, termina com um “E depois vocês vão ver!” que lhe dá um ar, inimitável, de ternura.
É verdade que a mãe se desdobra, esgota, dá. E que cuida, protege, acalenta. E que sente por si e por nós.

Mas quando um filho se aleija por quem chama? Pela mãe!
E quem canta canções de embalar como mais ninguém? A mãe!
E quem, sempre que a professora o elogia, tem a “lágrima fácil”? A mãe!
E por quem é que um filho procura, com os olhos, entre todas as pessoas de uma festa de natal? A mãe!

Mas se, dantes, quase cansava só de ver a destreza da mãe a desdobrar-se em todas as coisas que só mesmo ela sabe fazer ao mesmo tempo, agora, em confinamento, a mãe consegue ser tão + mãe, ainda! -e consegue trabalhar, cuidar, dar colo, mimar, educar, ensinar e proteger e proteger e proteger- que nunca é demais dizer-lhe: “Obrigado, mãe!”. Ou será: “Amo-te mãe”?… Tanto faz. Porque as duas coisas são uma só. Claramente!