Ainda sobre o texto “A inclusão pedagogicamente “assassina”
Este texto parece denunciar uma situação realmente desafiadora e frustrante numa escola, onde a inclusão de uma criança com necessidades especiais não está a ser adequadamente gerida. A coragem dos autores em expor essa realidade complexa merece reconhecimento, pois não é fácil levantar questões delicadas sobre a inclusão na educação.
É crucial destacar que criticar os mensageiros, neste caso os autores do artigo, desvia o foco da mensagem essencial: a falta de suporte adequado para a inclusão de crianças com necessidades especiais nas escolas portugueses. Por esse motivo é louvável a preocupação dos autores em defender, fazendo-se valer da liberdade de expressão, e em apontar para a responsabilidade do estado e das equipas de apoio à inclusão educacional (EMAEI), que parecem não estar a cumprir as suas obrigações. A equipa da EMAEI, ao não estar a cumprir com as suas obrigações estão a ser, criminosamente, coniventes com a situação de não inclusão da referida aluna.
A crítica não deve recair sobre a denúncia em si, mas sim sobre a situação que está a ser denunciada. É lamentável que as medidas recomendadas pela lei não estejam a ser implementadas de maneira eficaz, causando um ambiente de dificuldade tanto para a aluna em questão quanto para os outros alunos e professores envolvidos.
A questão da inclusão na educação é complexa e requer um apoio estruturado, recursos adequados e um compromisso real das autoridades educativas para oferecer um ambiente inclusivo e de qualidade para todos os alunos. Recomendo a leitura deste artigo “Inclusão escolar em Portugal: o grito silencioso das crianças esquecidas”
Entender e resolver esses problemas é fundamental para o desenvolvimento educacional e moral de uma sociedade. É necessário que haja um comprometimento sério para oferecer o suporte necessário para a inclusão ser eficaz, em vez de simplesmente criar leis e não as aplicar de maneira adequada, o que acaba por prejudicar tanto os alunos com necessidades especiais quanto a comunidade escolar em geral.
Quero aqui dar os parabéns aos autores, pela coragem de denunciarem a situação, e condenar as diversas equipas da EMAEI espalhadas por esse país fora, por serem muitas vezes a parte do problema, ao “não quererem saber” nem reclamarem os recursos necessários pois ao final do dia nem sequer são eles que tem de lidar com a complexidade destas situações!