As agressões aos professores não só são inaceitáveis como deviam merecer a devida atenção social.
Fico chocado, até porque já presenciei, quando oiço falar em mais um professor agredido, e mais chocado fico com a passividade social perante tal facto!
Não caibo em mim de frustração quando se considera mais grave, como se num caso de agressão houvesse medidor de gravidade, um ataque a jogadores de futebol do que a professores! Ambos os casos são gravíssimos e deveriam merecer a mesma atenção social e política.
Não devia haver esta dualidade de tratamento, como se os futebolistas fossem heróis e os professores parasitas!
Não oiço, não ouvi e creio que nunca ouvirei nenhum político criticar verdadeiramente e em público uma agressão a um professor… é que nem a tutela o fez! Verdadeiramente não sei qual a razão para que isso aconteça. Podia aqui “inventar” duas ou três, mas não consigo! Não concebo a ideia de que uma agressão a um professor não seja considerada um ato contra a própria Sociedade!
Em 2016 foram 102 queixas oficiais, e sabemos que estes dados pecam sempre por defeito, porque muitos professores com medo de represálias, ou por não se sentirem seguros, não apresentam queixa, são “convidados”, perante a clareza de que não dará em nada, a não apresentar queixa!
Em 2016 foram registadas oficialmente 102 queixas, sabendo nós que estes dados pecam sempre por defeito, pois, muitos professores com medo de represálias ou por não se sentirem seguros, não apresentam queixa. São “convidados”, perante a clareza de que não dará em nada, a não apresentar queixa! Só este ano, já vamos em 87 agressões! E alguém fala nisso?
Onde estava o Primeiro Ministro? O Presidente da República ou mesmo o Presidente da Assembleia da República, que tão apressadamente vieram condenar, e bem, as agressões aos jogadores?
Como explicar este silêncio ensurdecedor nos casos das agressões aos professores?
É preciso proteger os professores!
Não tenho a solução mas acredito piamente que estando nós “protegidos” por uma Ordem de Professores tal desrespeito não se verificaria. Entre as várias competências da Ordem dos Professores, esta começaria logo por denunciar todos os casos junto da tutela e das autoridades policiais competentes, alertando toda a Comunicação Social para o sucedido.
Prestaria todo o apoio aos colegas agredidos, psicológico, hospitalar e jurídico. Atualmente, este apoio ou não existe ou, existindo, não funciona.
Exerceria igualmente pressão sobre o Governo para que este agisse em conformidade, exigindo que estas situações fossem acauteladas, incluindo policiamento a tempo inteiro em escolas problemáticas, entre outra possíveis soluções.
A tutela não o faz porque parece estar em conflito de interesses sempre que se fala em questões estruturantes da classe, tal como a definição de professor, a clarificação do seu estatuto e a criação urgente de um código deontológico. Mas se não faz, que deixe alguém fazer.
Com a criação da Ordem e em cooperação sindical, a exemplo de outras profissões onde cada estrutura organizacional tem claras as suas competências, e com estas questões a serem tratadas pelos verdadeiros interessados, os professores, acredito que acabariam as trapalhadas dos concursos, haveria maior dignificação da profissão e deixaríamos de ser tratados como os parasitas.
Teríamos mais voz e visibilidade!
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