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Abuso | “O sr. Diretor disse…”

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Do Abuso E Humilhação

Divulgo, sem identidade, mas com a autorização explícita´no próprio texto que me chegou.

10 de setembro de 2023

Documento Aberto – autorizo a divulgação deste documento por todos os meios tidos por convenientes.

Caros colegas.

Antes do mais, faço votos de um excelente Ano Lectivo 2023/ 2024 para todos!

  • O senhor Director disse na Reunião Geral de Professores, a propósito do serviço distribuído:
  • “Não é possível agradar a todos”.

Então, é possível agradar a alguns. Quem são eles?

Venho informar toda a comunidade escolar que estou muito descontente com o serviço que me foi distribuído ao arrepio daquilo que foi decidido na reunião oficial do grupo 600, em 27.07.2023, para esse efeito. Essa distribuição é uma injustiça e revela uma má gestão dos recursos humanos ao nível dos professores.

De facto, todos os professores presentes, pertencentes ao quadro da escola, do Grupo 600, no total de quatro, escolheram as suas preferências por disciplinas e anos, por unanimidade nessa mesma reunião oficial do Grupo 600, convocada pelo Director da Escola, com a O.T. “Propostas de distribuição do serviço lectivo para o ano lectivo 2023/ 2024”.

Com grande e desagradável surpresa, observo no dia 01 de Setembro de 2023, no placard com o mapa de distribuição de serviço, afixado na sala de professores, que todos os meus colegas professores do Grupo 600 tiveram o serviço atribuído conforme a nossa decisão nessa reunião oficial de grupo curricular, sendo que eu fui o único professor ao qual foi totalmente desrespeitada a atribuição de serviço ao arrepio das decisões por unanimidade do Grupo 600. Ademais, verifico que o serviço lectivo que me deveria estar atribuído foi atribuído a uma pessoa que não pertence ao quadro da Escola!

Ora, devo dizer que sou o professor do Grupo 600 mais qualificado e com mais experiência profissional, e com mais idade do que qualquer um dos meus colegas.

Efectivamente, vou fazer 66 anos de idade no próximo mês, estou posicionado no 10.º escalão da carreira docente, tenho Doutoramento pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (anterior ao processo de Bolonha), Mestrado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (anterior ao processo de Bolonha) e Licenciatura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Além disso, sou também formador de professores acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Estou também acreditado cientificamente, com currículo online nas plataformas Orcid e Ciência Vitae e tenho conta MyFCT, visto ter sido acolhido pelo CIEBA (Centro de Investigação em Belas-Artes), na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Aliás, é possível consultar na plataforma Ciência Vitae o meu currículo certificado no link seguinte

(…)

Então, pergunto a todos os meus colegas professores, jovens e menos jovens, a todos os seus amigos e familiares, a todos os cidadãos e pessoas de bem, o seguinte:

– Para que servem as reuniões de serviço convocadas oficialmente pelo Director para que os professores da Escola apresentem as suas melhores decisões de natureza científica e pedagógica no que refere as propostas de distribuição de serviço lectivo? Estas reuniões oficiais da Escola são um passatempo para gozar com os professores e com as suas decisões por unanimidade e trabalho de natureza pedagógica e científica?

– Porque é que sendo o professor com mais idade e o único posicionado no 10.º escalão da carreira, e o mais habilitado e com mais experiência científico-pedagógica para a leccionação do 12.º ano, sou humilhado desta forma com a atribuição de uma grande quantidade de turmas de 3.º ciclo, ou seja, os níveis de ensino e aprendizagem menos especializados e com menor exigência científica? É que o 12.º ano é um nível de ensino pré-universitário, não é?

– Porque é que a distribuição do serviço aos meus colegas do Grupo 600 (repito, de acordo com as decisões da reunião de Grupo por unanimidade) foi respeitada, e a mim não? Sou de alguma raça inferior?

  • O senhor Director disse na Reunião Geral de Professores, a propósito do serviço distribuído:
  • “Não é possível agradar a todos”.

Então, é possível agradar a alguns. Quem são eles?

– Porque é que não me foi atribuída a continuidade pedagógica do 12.º ano?

Pois, conheço todos os alunos por terem sido meus alunos nos anos lectivos imediatamente anteriores e temos uma excelente relação pedagógica.

– Porque é que as preferências dos meus três colegas foram respeitadas e as minhas não?

Nas reuniões de Grupo, por unanimidade, delibera-se uma coisa e depois o Diretor muda a seu bel-prazer o que é decidido. O Diretor decide contrariamente às deliberações do Grupo sem nenhuma lógica profissional ou científico-pedagógica e à margem de toda a deontologia profissional. E as alterações que faz agridem arbitrariamente pessoas seletivas com a maior discricionariedade! Ele nada respeita: nem a idade, nem as habilitações, nem o tempo de serviço, nem a posição no escalão da carreira, nem o valor do professor assíduo sempre a apoiar os alunos e que raramente falta, com excelentes relações pedagógicas com os alunos e bons resultados escolares – por exemplo, no ano 2022, a melhor média do concelho do Seixal em História da Cultura e das Artesfoi obtida pelos alunos da Escola, ou seja,pelos meus alunos. O Director nada respeita: não respeita as Universidades, não respeita os graus académicos, não respeita as instituições de certificação profissional. Em suma: não respeita os organismos nem as pessoas!

  • O senhor Director disse na Reunião Geral de Professores, a propósito do serviço distribuído:
  • “Não é possível agradar a todos”.

Então, é possível agradar a alguns. Quem são eles?

Caros colegas professores, caros concidadãos:

Então, a nossa escola pública rege-se de acordo com as leis do Estado de Direito, ou estamos num Estado informal onde as deliberações dos órgãos por unanimidade nada valem?

Os professores nada valem?

Retiram-me todos os direitos e enfiam-me uma catrefa de 3.ºs ciclos em cima, desprezando a minha formação, a minha idade, a minha competência. Retiram-me todos os direitos e põem alguém que nem é do quadro da Escola à minha frente!

É horrível o que me estão a fazer; eu não aguento ser discriminado desta maneira; eu não aguento que os meus colegas mais novos, com menos habilitação académica e menos experiência e em escalão abaixo do 10.º escalão possam escolher o que querem e comigo pregam-me uma quantidade de serviço que não consigo suportar!

  • É assim que tratam as pessoas e os professores idóneos, com experiência e sempre dedicados durante uma vida ao serviço dos alunos, das pessoas, de toda a comunidade e do país?

Eu sou um homem simples e humilde, bom trabalhador e respeito toda a gente.

Mas não aceito que me humilhem desta maneira.

Eu não aguento este serviço que me impuseram ao arrepio dos Direitos Humanos e da Constituição da República Portuguesa!

Eu não aguento, porque fisicamente é muito violento para a minha idade e sensibilidade intelectual; eu não consigo já olhar para esses programas e planificações do 3.º ciclo; não consigo controlar a indisciplina das crianças do 3.º ciclo; não vou conseguir fazer rigorosamente nada e a responsabilidade é do Director. Uma agressão é uma tortura!

A responsabilidade é do Director – isto prejudica toda a gente; prejudica os alunos, os pais e toda a comunidade!

E isto já está a prejudicar a minha saúde, a minha família e os meus filhos! E o senhor Director por este caminho acabará a prejudicar toda a gente!

Peço que a componente lectiva que eu escolhi me seja atribuída, porque tenho todos os direitos que me assistem num Estado de Direito como é a República Portuguesa!

Cumprimentos a todos