As políticas públicas têm de acompanhar um mundo moderno, digital e empreendedor, caraterísticas essenciais que potenciam o desenvolvimento do País.
Os números revelam que os recentes governos em Portugal têm gerido de forma incapaz o setor estratégico da educação. A discrepância entre o que é orçamentado e o que é verdadeiramente executado faz-nos concluir que o fraco investimento na educação resulta de uma visão redutora do que verdadeiramente pode mudar o rumo do País. Não existe visão, nem estratégia para a escola pública, nem para a educação como um todo.
A escola tem como função primordial beneficiar um elevador social para todos os alunos que têm essa como a única oportunidade de progressão na sua vida pessoal e profissional. A correção de disparidades sociais e a criação de uma sociedade mais justa só é possível através da aposta acertada na área da educação.
As políticas públicas dos últimos anos têm contribuído para um “elevador social avariado”, no qual os jovens mais bem qualificados de sempre não têm um nível de vida ajustado às suas capacidades.
São necessárias mudanças estruturais profundas, e para o início desta mudança são imprescindíveis professores reconhecidos e apaixonados pela sua profissão. O Professor é pilar fundamental das nossas vidas, são por isso parceiros essenciais para uma mudança estratégia imperativa e em simultâneo é essencial a preparação das condições físicas dos estabelecimentos escolares. O PRR reveste-se de um instrumento fundamental para dotar as nossas escolas de mais e melhores condições. Mas é o capital humano que precisa de mais atenção e investimento, docentes e não docentes devem merecer atenção redobrada.
Há um propósito comum que deve nortear a ação política, a evolução sustentada da sociedade, e para tal a educação tem de ser uma prioridade bem definida nas políticas públicas do nosso País. A escola muda o mundo e é o investimento na educação que pode mudar a trajetória de Portugal.
Economista, professor do ensino superior