Recém-chegados ao novo ano e 14 dias após o início do 2.º período escolar, eis que é decidido o encerramento das escolas, entre receios, dúvidas e o impasse de ser, efetivamente, o melhor para TODOS, neste momento.
Os instantes que antecederam a decisão final colocaram toda a classe docente a acompanhar minuto a minuto as informações veiculadas, para poder agir em conformidade relativamente ao que transmitir aos seus alunos e à organização do trabalho a executar nos dias subsequentes, pois nas mentes de muitos iria centrar-se no E@D. A incerteza determinou uma grande azáfama com arrumações de última hora, entre cadernos, manuais, materiais… para que ao longo dos dias seguintes, no lar de cada um, as aprendizagens não ficassem esquecidas.
Tendo sido deliberado um período de interrupção letiva, começaram a delinear-se diferentes perspetivas sobre a realização de trabalhos de casa durante o mesmo. A verdade é que esta paragem é forçada, sendo agravada pela obrigatoriedade do confinamento e pelos poucos dias que distam da anterior, a do Natal, para se denotar alguma fadiga nas crianças, própria de um final de trimestre. Para além disso, está em causa a falta de consolidação dos novos conteúdos lecionados, pela ausência de mais tempo para tal.
Neste contexto, revela-se importante divulgar sugestões de atividades a realizar com as crianças, no âmbito do seu desenvolvimento cognitivo, para evitar retrocessos no processo de ensino e aprendizagem de cada uma. As adversidades do ano letivo transato traduziram-se em graves consequências para a aprendizagem, o que fomentou a materialização do Plano de Ação para a Recuperação e Consolidação das Aprendizagens, entre os meses de setembro e outubro, e a dificuldade no cumprimento dos programas deste ano.
As circunstâncias atuais também nos permitem antever um 2.º período bastante sinuoso, entre pausas letivas e E@D, apenas para alguns, estando forçosamente comprometido mais um ano na formação académica dos nossos estudantes. Por outro lado, as faltas provocadas pelos sucessivos isolamentos profiláticos têm ditado, até então, salas de aula a pouco mais de metade da lotação total das turmas, implicando quebras no ritmo de trabalho e estagnações nos alunos.
O teletrabalho dos pais é mais um elemento desta mesma equação e, inevitavelmente, uma dificuldade acrescida. Todavia, as crianças precisam de estar ocupadas e preferencialmente com atividades de qualidade, adequadas à faixa etária, indo ao encontro das suas motivações e trabalhando as suas fragilidades, pelo que se o tempo disponível for bem aproveitado, o sentimento será o de “dever cumprido” em prol do desenvolvimento dos seus filhos.
Juntos, neste bem comum que é a EDUCAÇÃO, o trilho a seguir só pode ser o de minimizar as consequências que esta pandemia está a provocar em cada criança!
Andreia Araújo