Quando no final de janeiro a China decidiu prolongar as férias escolares da primavera, poucos podiam imaginar que este seria o primeiro passo para uma revolução no ensino à escala global. Aos poucos, 191 países por todo o planeta foram fechando as escolas e o vírus mudou a vida de mais de 90% dos estudantes de todo o mundo.
À TSF, a diretora-geral adjunta para a educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a italiana Stefania Giannini, diz que o cenário “sem precedentes” pode ser também uma oportunidade mudar o futuro do ensino.
Há, neste momento, 191 países com escolas e universidades fechadas. A UNESCO tem acompanhado de perto o encerramento de escolas?
Absolutamente. A UNESCO começou a monitorizar os dados desde o início. Em pouco dias, 300 milhões de crianças deixaram de ir à escola, na China, Itália e em mais alguns países. Mas este número tem vindo a subir e hoje temos 1.600 milhões de alunos em casa, que representam mais de 90% da população estudantil de todo o mundo.,
É uma situação sem precedentes que, claro, levanta algumas questões fundamentais a que a UNESCO tem procurado responder.
Quando um país decide encerrar escolas, quais são os riscos que ficam em cima da mesa?
Mais do que riscos, prefiro falar em impactos. Em muitos países, as escolas são dos locais mais seguros, mas são também, muitas vezes a garantia de uma nutrição apropriada. O fecho das escolas tem, claro, implicações no bem-estar das crianças e das famílias.
Também é preciso garantir a qualidade do ensino, não deixar os mais desfavorecidos para trás e garantir equipamentos que assegurem esta mudança.
Fonte: TSF